A crise sanitária provocada pela Covid-19 impactou a atividade econômica das principais economias do Nordeste, ao longo de 2020, reduzindo em 10,27% a arrecadação dos tributos federais na região.
Um levantamento inédito da Plataforma de Inteligência Setorial da Lumi Consult e Insight Soluções, empresas que customizam análises político-econômicas e soluções de business intelligence para empresas e organizações, constatou que a perda de receita para os cofres da União, oriunda da desaceleração do ambiente de negócios nos nove estados nordestinos, foi de R$ 14,7 bilhões no ano passado.
O Nordeste arrecadou R$ 128,6 bilhões em contribuições e tributos federais em 2020, contra R$ 143,4 bilhões em 2019.
Nesta conta, entram contribuições como CIDE, PIS/Cofins, CSLL, IOF, IPI, II e Imposto de Renda (IRPF e IRPJ).
A Receita Federal divulgou, na última segunda-feira (25.01), que a arrecadação registrada em todo o país foi de R$ 1,48 trilhão, já corrigidos pela inflação - o pior resultado em dez anos.
De acordo com a pesquisa da Lumi Consult-Insight, Pernambuco aparece em nono lugar no ranking dos estados brasileiros, contribuindo com uma arrecadação de R$ 27,76 bilhões em impostos federais.
A queda foi de 10% em relação aos R$ 30,8 bilhões do ano anterior, o que representa R$ 3 bilhões a menos em receitas. À frente nesta lista aparece a Bahia (8º), com R$ 33,2 bilhões (-12,2%), ante R$ 37,8 bilhões em 2019.
O Ceará foi o estado nordestino menos impactado, em relação ao exercício imediatamente anterior: registrou arrecadação de R$ 24,5 bilhões em 2020 (-1,17%), contra R$ 24,8 bilhões em 2019.
Além do desaquecimento dos setores produtivos em consequência do isolamento social rígido do primeiro semestre, o governo federal alega que a queda na arrecadação decorreu, também, da desoneração de alguns setores da economia.
Uma tentativa de amortecer o impacto do fechamento do comércio e outras medidas de restrição na maior parte do país.
PESO DOS TRIBUTOS O Brasil figura entre os 30 países com a maior carga tributária do mundo, mas proporciona o pior retorno dos valores arrecadados em prol do bem-estar da sociedade, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) que mensura o retorno dos recursos à população, no que diz respeito à qualidade de vida.
Para se ter uma ideia, o brasileiro passa, em média, 151 dias do ano trabalhando para pagar seus tributos em todos os níveis - municipais, estaduais e federais.
De acordo com o site Impostômetro (www.impostometro.com.br), desde o início deste ano já foram arrecadados mais de R$ 243 bilhões em impostos no Brasil, o que daria, por exemplo, para comprar mais de 560 milhões de cestas básicas.