Nesta terça-feira (26), o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) entrou com um requerimento na Câmara dos Deputados para a realização de uma Sessão Solene em homenagem ao livreiro e carnavalesco Tarcísio Pereira, que faleceu na noite da última segunda-feira (25) por complicações da Covid-19.

Pereira foi o fundador da Livro 7, livraria de grande influência cultural na cidade do Recife entre as décadas de 1970 e 1990. “A Livro 7 marcou a cultura e as artes de Pernambuco.

Tarcísio teve um papel relevante na luta política pela redemocratização no período da ditadura militar.

Apresentei hoje este requerimento e peço o apoio dos deputados da bancada para que esta sessão solene seja realizada”, afirmou Daniel Coelho.

Livro 7 Localizada no bairro da Boa Vista, no centro do Recife, a Livro 7 chegou a ser considerada pelo Guinness Book como a maior livraria do Brasil.

Pelas duas décadas que funcionou, era um ponto de encontro de estudantes, intelectuais e artistas.

Foi pioneira em ter espaços amplos, cadeiras para leitura.

No espaço ocorriam eventos culturais semanalmente.

Tarcísio Pereira, atualmente, chefiava a Superintendência de Marketing da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

Ele deixa esposa, quatro filhos e cinco netos.

Veja manifestações de pesar pela passagem “Pernambuco perdeu hoje o editor Tarcísio Pereira, um potiguar que marcou época e influenciou gerações com a sua icônica Livraria Livro 7, na Boa Vista, Centro do Recife.

A Livro 7 abriu as portas em 1970 num espaço de 20 metros quadrados e, graças ao amor de Tarcísio pela literatura, se transformou num complexo cultural registrado pelo Guiness Book como a maior livraria do Brasil.

Quero expressar aqui meu pesar aos familiares e amigos de Tarcísio, nesse momento de dor”, escreveu Paulo Câmara. “É com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento de Tarcísio Pereira, jornalista e historiador que marcou a sua caminhada no Recife compartilhando o amor que tinha pela leitura.

Fundou a Livro 7 em 1970, na Boa Vista, um espaço que virou um dos principais pontos de embarque da nossa cidade para os muitos mundos que a literatura proporciona.

Minha solidariedade à sua família, a amigos e a todos aqueles que fizeram de sua livraria um espaço querido e cheio histórias”, disse João Campos, Prefeito do Recife. “O Recife perdeu na noite da segunda um ícone do incentivo às letras e à literatura na nossa cidade.

Lamento profundamente a partida do livreiro Tarcísio Pereira, fundador da mítica Livro 7, que guardo com muito carinho nas minhas memórias de infância e de jovem estudante.

Minhas irmãs e eu esperávamos com ansiedade o dia de ir passear na livraria com o meu pai.

Já na faculdade de Pedagogia e de Direito, a Livro 7 passou a ser meu porto seguro para encontrar as referências de que necessitava.

Que falta faz a livraria.

Que falta vamos sentir do vigor e do carisma de Tarcísio, do seu talento para agregar, fazer amizades e distribuir afetos.

Felizmente, tive a oportunidade de homenageá-lo em vida, com um voto de aplauso na Câmara do Recife, em 2014, quando ainda era vereadora.

Vá em paz, querido.

A magia dos encontros que você proporcionava em torno dos livros continuará em nossos corações, como a marca que você deixa no Recife.”, disse em nota oficial de Isabella de Roldão, Vice-Prefeita do Recife.

Veja abaixo a nota oficial da pasta de cultura, do Recife O Recife perdeu esta noite um dos maiores guardiões, realizadores e entusiastas que a literatura já revelou em suas paisagens.

O secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho, lamentam a morte do livreiro Tarcísio Pereira, mais uma vítima do covid-19, que formou e congregou tantas gerações de artistas, poetas, escritores e leitores entre as generosas prateleiras de sua icônica Livro 7.

Muito mais que uma livraria, Tarcísio criou e manteve a ferver entre os anos 1970 e 2000, no centro do Recife, um espaço cultural dos mais importantes da cidade, investindo na promoção sistemática de eventos e lançamentos literários, com a participação contumaz de nomes ilustres como Gilberto Freyre e Ariano Suassuna, entre tantos outros, sendo portas sempre abertas para iniciados e iniciantes nas artes.

Além de reunir os mais de 60 mil livros, que colocaram a Livro 7 na posteridade do Guiness Book como a maior livraria do Brasil, Tarcísio fundou o conceito de loja colaborativa, arregimentando empreendedores para sonhar junto com ele e agregar predicados à livraria que confirmou o Recife como geografia literária e legou eternidade à história de seu criador e de tantos outros recifenses que sonharam em escrever um mundo melhor, da Livro 7 em diante. “Tarcísio Pereira escreveu seu nome na história do Recife, porque faz parte de muitas vidas, de gerações a quem abriu portas para a emoção da convivência.

Convivência com as palavras, as pessoas, o conhecimento.

E também o direito ao sonho.

Tudo isso um espaço como a Livro 7 oferecia a todos nós.

Essa página da cultura recifense, de quem acredita e faz da arte um ofício de vida, tão bem personificada por Tarcísio, não pode e não vai ser fechada.

O legado é como uma inspiração, para quem vive e luta pela cultura efervescente da nossa cidade, hoje tão impactada por este momento difícil que o mundo atravessa.

Hoje mais triste com a perda de alguém como Tarcísio Pereira da Livro 7.

Obrigado, Tarcísio, que saibamos seguir este belo e inesquecível exemplo de amor à arte”, afirmou o secretário Ricardo Mello. “Pertenço à geração de Leitores dos tempos da Livro 7 e é deste lugar que desejo falar agora.

Tarcísio Pereira nos recebia, ele pessoalmente.

E conversava e acolhia. É em nome dos leitores, que desejo agradecer e dizer de como um homem pode, por meio de suas práticas, ajudar a mudar para melhor a vida de muitas pessoas.

Recife acorda sem um de seus mais gentis cidadãos”, lamentou o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho.