O fórum nacional de governadores mandou, nesta quarta-feira, um documento oficial ao presidente Bolsonaro cobrando que ele mantenha um diálogo diplomático com China e Índia para a manutenção da chegada de insumos necessários à produção de vacinas no Brasil.
Sem estes insumos, nem Butantan nem a Fiocruz podem produzir as vacinas já autorizadas pela Anvisa, no domingo último.
O documento é assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador do Fórum Nacional dos Governadores.
O experidente “trata da premente necessidade de manutenção do fornecimento externo dos insumos empregados na produção de vacinas contra a Covid-19 no Brasil”, informa. “Nesse sentido, solicitam a essa Presidência que seja avaliada a possibilidade de estabelecimento de diálogo diplomático com os governos dos países provedores dos referidos insumos, sobretudo China e Índia, para assegurar a continuidade do processo de imunização no País. …o pleito ora apresentado visa o sucesso da estratégia nacional de vacinação”, escreve.
A crise da saúde, de forma indireta, acabou expondo a debilidade da política internacional do chanceler Ernesto Araújo.
Bolsonaro pode ser obrigado a entregar a cabeça do ministro das relações exteriores, que uniu-se aos filhos do presidente para criticar a China em várias oportundades.
Os governadores receberam poucas doses e, se não houver continuidade do programa de vacinação, de nada adiantará os esforços iniciais nesta direção.
No Recife, por exemplo, não deu nem para a saída.
Vacinação da PCR previa 165 mil pessoas no Recife, mas apenas 33 mil serão vacinadas O pedido Presidente da Frente Brasil-China cobra demissão de Ernesto Araújo Na Veja Presidente da Frente Parlamentar Brasil-China na Câmara, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) tem sua leitura das consequências ao país do tratamento dispensado por Jair Bolsonaro, seus filhos e auxiliares ao maior parceiro comercial do Brasil.
Pinato acredita que para o governo ter facilitado o acesso aos insumos e à vacina fabricados pelo laboratório chinês será necessária uma mudança de postura.
E também que o chanceler Ernesto Araújo seja demitido.
E Pinato é um aliado do governo. “A China não irá priorizar o Brasil enquanto não houver novo canal de diálogo.
O presidente Bolsonaro precisa fazer um gesto.
Não adianta bater e depois vir e tentar agradar.
Tem que ter um gesto concreto.
Por exemplo, trocar o ministro das Relações Exteriores”, disse Pinato ao Radar.
O deputado irá protocolar ainda na embaixada chinesa um pedido para que o presidente Xi Jinping intervenha a favor do Brasil e acelere os trâmites.