Se a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso emergencial da Coronavac, o governo de São Paulo fará a primeira inoculação de uma pessoa com a vacina contra a Covid-19 no Brasil já na tarde deste domingo (17).
Informa o UOL, neste domingo.
Já a não aprovação levará quase inevitavelmente a uma ação no Supremo Tribunal Federal para garantir a aplicação do imunizante.
A fotografia do evento culminará a aposta feita pelo governador João Doria (PSDB-SP) na vacina de origem chinesa, adotada para desenvolvimento conjunto e produção local pelo Instituto Butantan no meio do ano passado.
Doria estará presente à inoculação, se a Anvisa conceder a chancela, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Ele acompanha a discussão online da diretoria da agência com uma série de médicos e especialistas de diversos estados.
Ao fim da reunião, previsto para as 15h, ele fará um pronunciamento e depois haverá a vacinação, de cunho obviamente simbólico, salvo alguma mudança de última hora.
Se ocorrer mesmo, o Brasil se torna o quarto país a iniciar o uso emergencial do fármaco, depois de China, Indonésia e Turquia.
Primeira pessoa A primeira pessoa escolhida para tomar a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan, é mulher, negra e enfermeira.
Ela receberá o imunizante depois que a Anvisa aprovar o seu uso emergencial.
Será a primeira, fora dos ensaios clínicos, a ser vacinada.
Mônica Calazans tem 54 anos e trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
A instituição é referência no tratamento de doenças infecciosas.
Ela deu plantão neste domingo (17) na UTI do hospital.
Anvisa A reunião tem previsão de durar cerca de 5 horas.
A Anvisa diz que a decisão sobre ambas as vacinas vai se basear em pareceres de áreas técnicas e que, se aprovadas, serão usadas preferencialmente em programas de saúde pública.
O foco da Anvisa na reunião de hoje é analisar a eficácia e a segurança das vacinas, de acordo com a própria agência reguladora, para o uso emergencial, ou seja, para uso destinado a imunização de grupos de risco, como indígenas, idosos e profissionais de saúde.
Caso a Anvisa dê aval para o uso emergencial das vacinas, o Brasil já poderá, em tese, aplicar os imunizantes.
A medida, no entanto, valerá a partir do momento em que a decisão for publicada no DOU (Diário Oficial da União), o que pode ocorrer ainda neste domingo.
O início da imunização dependerá, porém, da organização da campanha e da logística de distribuição de doses.
A expectativa do Ministério da Saúde é começar a vacinação nesta semana.
Em São Paulo, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou ontem que o estado teria condições de começar imediatamente.
O Instituto Butantan afirma ter à disposição 10,8 milhões de doses da vacina Coronavac em solo brasileiro.
No final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto está estimada em 46 milhões de doses.
Já a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de vacina AstraZeneca/Oxford importadas da Índia.
Na última sexta-feira, o governo indiano frustrou as expectativas do Planalto após afirmar que não pode atender demanda brasileira agora.
Para imunização, ambas as vacinas precisam de dose dupla.