Por 8 votos a 7, a Justiça do Trabalho decidiu que os rodoviários não deveriam realizar a greve de ônibus na capital, sob a alegação contra a dupla função.
Os rodoviários reagiram. “O poder econômico falou mais alto no TRT.
O Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana afirma que a luta não acabou”. “Continuaremos a organizar os rodoviários e população para fazer valer a vontade da categoria e da opinião pública: o fim da dupla função e o retorno dos cobradores em todos os ônibus do Recife e da Região Metropolitana.
Convocaremos em breve uma assembleia da categoria para definir os próximos passos do movimento”, informaram.
Entenda a polêmica O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região julgou, nesta segunda-feira (28), o dissídio de greve dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife.
Na semana passada, a categoria fez greve na terça-feira (22) e em parte da quarta-feira (23), o que ampliou as aglomerações no transporte público do Grande Recife em meio à pandemia da covid-19 e às vésperas do Natal.
O movimento grevista agravou as superlotações, que já foram registradas nos ônibus e terminais integrados mesmo antes da paralisação.
Os rodoviários suspenderam a greve na quarta-feira (23) até pelo menos esta segunda-feira, quando a Justiça do Trabalho julgou a legalidade da greve.
O julgamento foi iniciado às 10h.
Segundo apurou a coluna Mobilidade, da jornalista Roberta Soares, do JC Online, o Ministério Público do Trabalho deu parecer pela legalidade da greve.
Foi derrubado, já que os magistrados não são obrigados a seguir a opinião do MP, em nenhum processo.
O MP é parte, uma espécie de advogado público.
Os rodoviários queriam o fim da dupla função (dirigir e passar troco) para motoristas nos ônibus, pagamento de reajustes retroativos de salários e repasse de ticket alimentação.
Na última quarta, ao anunciarem a suspensão da greve, os rodoviários divulgaram nota com críticas ao Governo de Pernambuco e aos empresários do setor de transporte público. “Em respeito à população, coisa que nem o governo e nem a patronal têm, estamos suspendendo a greve da categoria até o dia 28 de dezembro, quando será votado nosso dissídio”, afirmou trecho de nota dos rodoviários. “Os rodoviários foram obrigados a entrar em greve no último dia 22, pois o acordo estabelecido entre patrões, governo e trabalhadores, no dia 23 de novembro, foi descumprido.
Na audiência com o TRT, foi combinado o retorno dos cobradores através de uma portaria que revogava a autorização da retirada destes profissionais, que acabou sendo suspensa.
Já os patrões descumpriram a estabilidade no emprego por 06 meses e a reposição da inflação no salário e ticket”, acrescentou o comunicado.