A imunologista Daniela Ferreira está à frente de um dos centros que verificam a eficácia da vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

No começo do mês, ela aceitou o convite da Organização das Nações Unidas (ONU) para mostrar a rotina no trabalho e tirar dúvidas dos internautas por meio de vídeos no TikTok.

Primeira mulher a chefiar o departamento de Ciências Clínicas da Escola de Medicina Tropical de Liverpool (LSTM), ela integra o time de cientistas da Equipe Halo (Team Halo em inglês).

A ação reúne pesquisadores do novo coronavírus do mundo inteiro com o objetivo de facilitar a comunicação entre a ciência e as pessoas.

Daniela Ferreira revela como se sente ao encarar essa empreitada: “Estar à frente de um centro de pesquisa nesse estudo foi um dos maiores desafios da minha carreira, mas também mais satisfatório.

Ser uma mulher brasileira e liderar uma equipe em que 97% são mulheres me deixa muito feliz e orgulhosa.

Um dia vou olhar para trás e falar: ‘Nossa, eu contribuí para fazer uma vacina que vai mudar o rumo da humanidade’. É um trabalho bem intenso, mas também gratificante.

Além disso, é prazeroso ver pessoas nos ajudando ao longo do processo, sejam médicos e enfermeiras trabalhando, muitas vezes até de graça, como voluntários que vieram testar a vacina”.

O time de pesquisadores brasileiros, também chamados de “guias” dentro do projeto, conta com sete participantes até o momento, incluindo Daniela Ferreira, André Báfica, Wasim Syed, Jaqueline Goes de Jesus, Rômulo Neris, Natalia Pasternak e Gustavo Cabral de Miranda.

Novos nomes serão anunciados em breve.

Melissa Fleming, subsecretária-geral de Comunicação Global da ONU, conta que a desinformação minou a confiança do público nas vacinas. “A Equipe Halo pretende recuperar essa confiança.

São pessoas incríveis fazendo a ciência ser parte de uma colaboração global.

Devemos comemorar o fato de estes profissionais nos ajudarem a colocar um fim nesta terrível pandemia”, declara.

A campanha ainda conta com o apoio do Verificado, também uma iniciativa global da ONU, da Vaccine Confidence Project e da GAVI - Aliança das Vacinas