Por Léo Salazar, em artigo enviado ao blog Dados atualizados do Produto Interno Brito (PIB), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a cidade de Fortaleza se tornou a maior economia do Nordeste, gerando riqueza na ordem de R$ 67 bilhões.
Já a cidade de Salvador registrou a geração de R$ 63,5 bilhões em riqueza, enquanto que o Recife, longe dessa disputa, isolou-se em terceiro lugar ao gerar R$ 52,4 bilhões.
Na ranking brasileiro das 10 maiores economias municipais, Fortaleza ocupa a nona colocação, e Salvador a décima posição.
Em outro indicador que avalia a qualidade da administração municipal (IGM-FCA), divulgado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Fortaleza lidera dentre as capitais nordestinas com a média de 7,04 (o índice varia de 0 a 10).
Em seguida vieram as cidades de Salvador (6,87), João Pessoa (6,49), Natal (6,08), Teresina (5,89), Aracajú (5,75), Recife (5,68), Maceió (5,62) e São Luís (4,95).
Passada a eleição e desarmado o palanque, o maior desafio da nova administração municipal será trazer o Recife de volta para o jogo do desenvolvimento com governança.
Mas como uma prefeitura pode implementar um modelo de desenvolvimento local sustentável (econômico, social, ambiental e institucional)?
Em primeiro lugar, precisa fazer a tarefa de casa corretamente: controlar o orçamento público, digitalizar os processos internos, requalificar a infraestrutura urbana e melhorar os serviços prestados ao cidadão.
Isto significa cuidar bem da educação, da saúde, do saneamento, da moradia, da assistência social, da mobilidade, da segurança, da iluminação, da limpeza, das praças, dos mercados, dos parques, dos morros, da praia, do centro, do meio ambiente, do patrimônio histórico, artístico e cultural.
Em segundo lugar, e considerando a atual situação, não seria exagero afirmar que, se a prefeitura não atrapalhar o empreendedor, ela já estará ajudando bastante.
Desburocratizar a abertura e simplificar o funcionamento dos negócios são medidas essenciais.
Mas se a prefeitura puder ajudar, será melhor ainda.
Aliviar a carga tributária ao reduzir as taxas improdutivas, como, por exemplo, o cadastro de inscrição mercantil (CIM).
Não faz sentido uma empresa pagar R$ 1.500, duas vezes por ano, para manter regular seu cadastro em um banco de dados informatizado da secretaria de Finanças.
Em terceiro lugar, a prefeitura deve agir para incentivar a inovação, fomentar a sustentabilidade e promover a competitividade das empresas locais.
E, por fim, fortalecer a governança pública dialogando com a sociedade civil, a academia, as associações empresariais, o Porto Digital e as entidades do Sistema S.
Empoderar um conselho institucional permanente de planejamento estratégico para a cidade, indo além do plano plurianual de cada mandato.
Engana-se quem pensa que o povo espera receber dinheiro da prefeitura para sempre.
As pessoas querem mesmo é uma oportunidade para trabalhar.
Por isso o melhor programa social é a geração de emprego, algo que só a iniciativa privada pode oferecer.
O empreendedor, por sua vez, não deseja contrair empréstimo com a prefeitura.
Ele sonha em poder competir no mercado em igualdade de condições, obedecendo a regras razoáveis de um município organizado e seguro.
Se o Recife quiser de fato ser a capital do Nordeste em 2037, quando a cidade completará 500 anos, deve começar agora a planejar as inúmeras mudanças necessárias.
A pandemia do Covid-19 precisa ser encarada pela gestão municipal não somente como uma crise sanitária, mas também como uma oportunidade única para reinventar as políticas públicas em todas as áreas.
Léo Salazar (Cidadania) é produtor cultural, bacharel em jornalismo, técnico em contabilidade, especialista em gestão de negócios e aluno do mestrado em hotelaria e turismo da UFPE