Levantamento realizado através dos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE, mostram que existe uma clara aceleração nos itens que compõem a cesta dos produtos mais consumidos no Natal.

O indicador para a cesta do período natalina se encontra bem acima da inflação média do IPCA, acumulando alta de 7,8%, entre janeiro e novembro de 2020, enquanto a inflação oficial alcança os 4,0% para o mesmo período.

Vale destacar que o movimento da alta nos preços vem sendo influenciado por um conjunto de questões, restringe o orçamento das famílias e limita a comemoração ligada ao consumo de produtos.

Fatores como o recebimento do 13º salário em novembro e dezembro, injetando aproximadamente R$ 6 bilhões de reais na economia.

A continuidade do auxílio emergencial que, apesar da redução de 50% no valor do benefício, vem contribuindo para amenizar a queda do consumo daqueles que estão na informalidade e em vulnerabilidade social, além do aumento da renda de parte das pessoas que voltaram ao mercado de trabalho com as vagas temporárias de final de ano, acabam elevando o poder de consumo das famílias e pressionam os preços através da demanda mais aquecida.

Outro fator importante é o câmbio ainda pressionado, fazendo com que exista vantagem em exportar produtos cotados em dólar como o arroz e a carne o que acaba criando um momento de desabastecimento do mercado interno e uma pressão nos preços destes produtos.

A desvalorização do real também acaba impactando produtos importados e os seus componentes, o que também puxa os preços destes itens para cima.

Entre os produtos com destaque positivo na variação de preço temos as joias e as bijuterias com o preço puxado pela atuação do câmbio elevado, as bicicletas com reflexo da maior demanda por transportes que evitem aglomerações, mais saudáveis e menos custosos, alimentação no domicílio puxado pelo encarecimento de produtos de entressafra, do câmbio e do elevado poder de consumo das famílias no segundo semestre.

Além de Tv, som e informática que teve o preço puxado para cima devido a maior demanda por estes itens na pandemia, com maior presença nos estabelecimentos e da maior adesão do home office.

Do outro lado, alguns itens apresentaram redução significativa em 2020, como as passagens aéreas que apresentam reflexo de uma demanda bem mais reduzida diante do cenário de pandemia, e produtos ligados a vestuário, calçados e acessórios que apresentam também baixa procura devido a impossibilidade de eventos sociais.