Sem alarde, a Câmara de Vereadores do Recife abriu uma nova licitação para a contratação de mão-de-obra para “fotógrafo, supervisor de imagens, operador de imagens e assistente técnico” para atender o órgão, divulgando os vereadores e vereadoras da cidade.

O custo anual poderá chegar a até R$ 3,6 milhão.

A contratação está sendo conduzida pelo pregoeiro da Câmara de Vereadores.

A disputa entre as empresas interessadas ocorrerá na semana do Natal, em 21 de dezembro deste ano.

Com a disputa, o preço estimado poderá ser reduzido.

Na contratação, não há nenhum equipamento técnico, apenas o fornecimento da mão-de-obra para operação da TV Câmara do Recife e canais institucionais do Legislativo nas redes sociais.

Atualmente, a Câmara transmite suas sessões no Youtube.

Um parlamentar, sob reserva, disse ao Blog ter “dúvidas” da necessidade de um gasto tão elevado apenas com mão de obra para gerar imagens dos vereadores, mas falou que não iria se pronunciar publicamente, por “receio de represálias”.

Ainda segundo esta fonte, este novo contrato é apenas “uma continuidade de contratos anteriores já mantidos pela Câmara”, para divulgação dos parlamentares do Recife.

FLORES Este não é o primeiro gasto controverso dos vereadores do Recife, após as eleições municipais.

A Câmara Municipal do Recife pretendia gastar até R$ 132 mil de recursos do orçamento público com a posse dos vereadores eleitos em 15 de novembro.

Segundo o edital oficial, os gastos seriam realizados com a “prestação de serviços e locação de estrutura a fim de viabilizar cerimonia de posse dos vereadores, prefeito e vice prefeito da cidade do Recife em 01 de Janeiro de 2021, incluindo a transmissão ao vivo via internet com gravação para a Câmara Municipal do Recife”.

Dentre as exigências dos vereadores no edital oficial para a cerimônia de posse, estavam a decoração da solenidade com “design floral clássico incluindo flores naturais nobres, como lírios, rosas, lisianthus, orquídeas e astromélias”.

Após a publicação do Blog, a vereadora eleita Liana Cirne (PT) pediu o cancelamento dos gastos com a festa da posse.

Ainda, o procurador Cristiano Pimentel, do Ministério Público de Contas (MPCO), recomendou que os gastos supérfluos previstos na licitação não fossem efetivados.

O MPCO se baseou em recomendação anterior dos órgãos de controle, do início da pandemia.

Em nota oficial, a Câmara de Vereadores disse que iria acatar a recomendação do MPCO e que os itens supérfluos da licitação não iriam ser executados.

Ainda, a Câmara disse que o valor previsto diminuiu para R$ 70 mil.