Por Pedro Toscano e Vinícius Carvalho, produtores culturais Como profissionais e cidadãos, apresentamos nossa posição diante do novo decreto de proibição de eventos.

Todo mundo dizia que, passadas as eleições, medidas de restrição iriam aumentar.

A especulação se confirmou.

O Governo de Pernambuco recuou no “Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19”.

Prudente diante do aumento de casos.

Porém, há contradições na argumentação oficial e no processo que nos trouxeram ao novo decreto que devem ser questionadas.

Diversas campanhas eleitorais banalizaram protocolos até em comemorações com multidões, lideradas por seus eleitos, inclusive em Recife.

Em paralelo, eventos com e sem fins lucrativos, religiosos ou não, aconteceram sem fiscalização.

Para quem trabalha de forma correta, o custo dos eventos subiu e a capacidade de geração de receita diminuiu.

Há uma subestimação do setor de eventos como vetor econômico.

Grandes shows, além de artistas e técnicos, envolvem dezenas de empresas e profissionais que fornecem figurino, som, iluminação, estrutura, segurança, saúde, hospedagem, comunicação, transporte, alimentação e limpeza.

Como produtores que atuam no Brasil, cancelamos ou adiamos mais de 15 shows ainda em março, e suspendemos o calendário de mais de 60 eventos até o momento.

Para cada evento, cinquenta pessoas em média são remuneradas.

Em novembro, voltamos a fazer shows, apenas quatro, num mesmo local ao ar livre, e mais um evento corporativo.

Apenas em Pernambuco e cumprindo todas as regras.

O novo decreto, nos fez cancelar mais datas de final do ano, que obedeciam a retomada gradativa, e que seguiriam, obviamente, todos os protocolos.

Reiteramos que o decreto está correto. É responsabilidade de todos respeitar e fiscalizar, pois vai impactar o convívio social e separar as famílias.

O setor de eventos precisa ser tratado de forma igualitária aos outros.

Quem descumprir as regras deve ser penalizado.

Não concordamos, nós que andamos corretos tentando viabilizar o setor, é que sejamos colocados no mesmo saco daqueles que não cumprem ou são irresponsáveis - sejam do ramo ou não.

O Governo precisa fiscalizar seus decretos dentro ou fora da sua própria casa.