A nota de “profunda indignação” da Oficina Cerâmica Francisco Brennand tem fundamento.
Não é a primeira vez que as obras do artista Francisco Brennand, instaladas no Parque das Esculturas no ano 2000, são roubadas ou danificadas.
Sobre esse descaso e abandono, a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do Recife se limitou a responder através de uma nota protocolar que em 2013 o local foi requalificado.
A Guarda Municipal disse que o local é monitorado por câmaras.
A Polícia Militar disse que o local é patrulhado por rondas.
A Fundação de Cultura da Cidade do Recife e a Secretaria Municipal de Cultura sequer se pronunciaram. É o jogo medíocre do empurra-empurra.
Mas apesar desse problema ser antigo e recorrente, na Prefeitura do Recife não existe nenhum projeto, plano ou programa transversal de recuperação, manutenção, promoção, visitação e educação patrimonial do Parque das Esculturas Francisco Brennand.
Temos um bom exemplo de política pública de turismo cultural na Colômbia, onde a prefeitura de Medellin demonstra zelo com seu patrimônio cultural e visão turística.
Lá o artista Fernando Botero tem 13 de suas obras instaladas em uma praça pública - limpa, segura e bastante visitada.
Diante da omissão e incompetência dos órgãos públicos em proteger nosso patrimônio histórico, artístico e cultural, cabe aos órgãos de fiscalização e controle da administração pública tomar as providências para apurar os fatos e punir os (ir)responsáveis.
Léo Salazar é produtor cultural e aluno do mestrado em hotelaria e turismo da UFPE.
Nas eleições passadas, indicado pelo Cidadania, foi candidato a vice na chapa do Podemos no Recife