O IBGE divulgou, nesta terça-feira, os resultados da PNAD Covid para o mês de outubro, com dados sobre saúde, mercado de trabalho, comportamento da população durante a pandemia e outros indicadores.
De acordo com o levantamento, Pernambuco e Acre estão empatados como os estados que menos testam no país.
Em Pernambuco, 753 mil pessoas, ou 7,9% da população, fez algum teste para detectar Covid-19 do início da pandemia até o mês de outubro, empatando com o Acre como o estado que menos testou no país.
Nos três meses anteriores, PE havia ocupado sozinho o último lugar nacional.
No Brasil, 12,1% das pessoas fizeram teste para detectar o vírus em outubro, contra 10,4% em setembro.
No Nordeste, a proporção é ainda maior: 11,3%.
A PNAD Covid detectou que, em outubro, 99 mil pessoas a mais disseram ter realizado algum tipo de testagem relacionada ao novo coronavírus em comparação ao mês anterior, quando o percentual de população testada no estado foi de 6,8%.
A quantidade de pessoas testadas tem crescido desde julho, quando a PNAD Covid divulgou dados sobre testagem pela primeira vez, mas não o suficiente para fazer Pernambuco sair da última posição pelo quarto mês seguido.
O aumento no número de testes também se refletiu em uma elevação nos resultados positivos: aproximadamente 1,6% da população do estado disse ter testado positivo para o novo coronavírus em outubro, em comparação a 1,4% em setembro.
No Brasil, o índice de positivados foi de 2,7% da população do país em outubro, frente a 2,3% no mês anterior.
Das 753 mil pessoas testadas, 279 mil realizaram o swab, ou seja, com cotonete na boca e no nariz, e 69 mil (24,9%) tiveram resultado positivo; 352 mil fizeram o teste rápido com coleta de sangue através de furo do dedo e 58 mil (16,5%) testaram positivo, percentual inferior ao do mês de setembro, quando a proporção foi de 17,8%; enquanto 227 mil fizeram o teste de sangue com Covid por meio de veia no braço, sendo 60 mil (26,2%) com Covid confirmada.
Uma pessoa pode ter feito mais de um tipo de teste.
Assim como ocorreu desde que a PNAD Covid passou a incluir perguntas sobre testagem no questionário, em julho, as pessoas do sexo feminino foram mais testadas em outubro: 392 mil mulheres contra 361 mil homens.
No entanto, a proporção de mulheres testadas cujo exame deu positivo aumentou, passando de 53,6% para 56,3%.
No recorte por cor ou raça, das pessoas que afirmaram ter feito o teste, 61,8%, ou seja, 465 mil pessoas, se identifica como preta ou parda.
Eles também são seis em cada dez dos infectados, totalizando 95 mil pessoas.
Os brancos, por sua vez, totalizam 280 mil testados e 60 mil com resultado positivo para Covid.
Na distribuição por idade, a maior quantidade de pernambucanos testados está em idade de trabalhar - 432 mil pessoas de 30 a 59 anos, seguidas por 127 mil habitantes do estado na faixa etária de 20 a 29 anos.
Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 103 mil também fizeram testes para detectar o coronavírus, e 16 mil tiveram resultado positivo.
Número de pessoas que não fazem qualquer restrição de contato social mais que dobrou entre setembro e outubro em PE Quanto ao comportamento da população durante a pandemia, 577 mil pernambucanos (5,8%) não adotaram qualquer medida de restrição de contato social em outubro – mais do que o dobro registrado no mês de setembro, quando o percentual foi de 2,7% e de 255 mil pessoas.
O número de pessoas que reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa também subiu: de 3,5 milhões (37,4%) para 3,8 milhões (40,3%).
Com isso, caiu mais um pouco o número de pessoas que ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas, de 3,7 milhões (39,6% da população) para 3,6 milhões (38,5%).
O mesmo ocorreu com quem ficou rigorosamente isolado: eram 1,8 milhões (19,7%) em setembro e, em outubro, o número diminuiu para 1,4 milhões (14,9%), uma diferença de 400 mil pessoas.
Em comparação a julho, quase um milhão de pernambucanos deixaram o isolamento rígido.
Entre os que não adotaram nenhuma medida de restrição, os homens ainda são maioria, com 6,5%, enquanto as mulheres compõem 5,1%.
No entanto, proporcionalmente, mais mulheres deixaram o isolamento rigoroso do que os homens: a porcentagem entre eles passou de 19,1% para 14,5%, uma diferença de 4,6 pontos percentuais.
Já entre as mulheres, a diferença foi maior, de 4,9 pontos percentuais, saindo de 20,2% em setembro para 15,3% em outubro.
A proporção de pessoas que não fizeram nenhuma restrição aumentou e o isolamento rígido diminuiu em todas as faixas de idade.
A faixa etária que tem maior percentual de pessoas que não fizeram nenhuma restrição na convivência com outras pessoas em outubro foi a de jovens de 20 a 24 anos: 7% se encaixam nesse perfil.
Entre os idosos, com 60 anos ou mais, o percentual subiu de 1,5% em setembro para 3,4% em outubro.