Com menos de 30 dias para concluir seu segundo mandato no Recife, o prefeito Geraldo Julio, do PSB, disse nesta terça-feira, em meio à reunião de transição com a equipe de João Campos, que só vai refletir sobre o futuro político a partir do dia primeiro de janeiro de 2021.
Nem acabou as eleições municipais de 2020 e aliados já falam no lançamento do prefeito Geraldo Julio como candidato ao governo do Estado, em 2022.
Aliados já falam em Geraldo Julio como candidato a governador em 2022 A vitória de João Campos (PSB) na disputa pela prefeitura do Recife fortalece o palanque do provável candidato a governador nas eleições de 2022, Geraldo Julio.
O atual prefeito é o mais cotado nas hostes do PSB para disputar a sucessão do atual chefe do Executivo estadual, Paulo Câmara.
A ligação de 2020 com 2022 ficou diretamente explícita durante a campanha para o segundo turno, quando nomes da centro-direita e da direita declararam apoio a Marília Arraes, mesmo a postulante sendo do campo da esquerda.
Isso porque o cálculo da oposição à direita era de que uma vitória da petista fragilizaria o PSB nas eleições estaduais de 2022.
Na semana seguinte à votação do primeiro turno, o ex-senador Armando Monteiro Neto (PTB), que apoiou Mendonça Filho (DEM) na etapa inicial da disputa, o presidente estadual do Podemos, Ricardo Teobaldo – do partido que lançou a Delegada Patrícia como candidata – e o prefeito reeleito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), bolsonarista e ligado ao segmento evangélico, aderiram a Marília Arraes na ambição de tomar o comando o estado das mãos do PSB.
Nas eleições de 2022, o PSB sinaliza para uma frente nacional junto com PDT, PV e Rede Sustentabilidade.
No Recife, João Campos disputou a prefeitura com Isabella de Roldão (PDT) na vice. É provável que esses partidos integrem a coligação de Geraldo Julio na disputa pelo Estado em 2022.
Nos bastidores, cogita-se a possibilidade de Geraldo Julio se tornar secretário do governo Paulo Câmara em 2021, em uma pasta que permita ampliar o grau de conhecimento no interior do estado.
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Nas próximas eleições, a oposição tem, entre os nomes ventilados para integrar a chapa majoritária, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo Bolsonaro no Senado, os prefeitos reeleitos de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e de Petrolina, Miguel Coelho (MDB).
O trio foi reeleito com votação expressiva nas suas respectivas cidades e fazem oposição ao PSB.
Uma eventual vitória de Geraldo Julio no pleito de 2022 ampliaria a hegemonia do PSB no governo de Pernambuco para 20 anos.
A trajetória da sigla na gestão estadual começou em 2007, com Eduardo Campos, ao bater Mendonça Filho (DEM) no segundo turno da disputa.
Em 2010, o então governador se reelegeu com facilidade e bateu no primeiro turno Jarbas Vasconcelos (MDB), sendo o mais votado do Brasil para o cargo de governador naquele ano.
Em 2014, Paulo Câmara venceu a disputa estadual contra Armando Monteiro.
O governador pelo PSB foi reeleito quatro anos depois tendo o mesmo rival como principal adversário na disputa.
Por outro lado, ocorrendo uma eventual derrota em 2022 do PSB, a sigla perderia o comando do estado após 16 anos.
O partido tem no estado a sua principal força política do país.
O ocaso poderia ser não apenas local mas também de impactos nacionais no PSB.