Por Pedro Henrique, Secretário Estadual de Juventude do PT-PE Em artigo enviado ao blog nesta terça Mal terminaram as eleições e a militância do PT é surpreendida novamente com declarações públicas desastrosas por parte de um dirigente petista aliado dos pessebistas, a respeito de nossa candidatura no Recife.
Ao invés de criticar a ofensiva infame do PSB contra o partido ao qual é filiado e prestar solidariedade a uma companheira, Marília, que foi violentamente atacada durante toda a eleição, ele preferiu tripudiar, ampliando os ataques.
Dessa forma perdeu a chance de demonstrar grandeza, insistindo em escolher o desrespeito e a vilania.
Oscar Barreto critica Marília por ter se lançado candidata ao governo em 2022. ‘Tem que calçar as sandálias da humildade’ Aliados de Marília Arraes pedem expulsão de Oscar Barreto do PT A campanha do PT liderada por Marília conseguiu um êxito político evidente.
Fomos ao segundo turno e tivemos quase 44% dos votos válidos, disputando contra uma candidatura multimilionária e com a maquinaria que todos conhecem.
Mobilizamos parte expressiva da cidade, fortalecendo o vínculo histórico com nossa base social nas periferias e nos reaproximando de setores da classe média antes dispersos, interessados em mudar o Recife e em barrar a onda bolsonarista através de uma esquerda renovada numa cidade onde a tal “frente popular” não cumpre esse papel.
Num cenário de franco crescimento das abstenções, ampliamos nossa votação e consolidamos uma nova liderança da esquerda no estado: Marília Arraes.
O PT saiu maior e revigorado.
A quem não interessa reconhecer isso?
Ao invés de criticar a candidatura que fez a defesa de Lula e do nosso legado, o dirigente do PT, para honrar os votos que os filiados nele depositaram, deveria criticar, isto sim, a que apostou no antipetismo e em valores reacionários, fazendo uma campanha que na forma e no conteúdo em nada deveu ao mais abjeto bolsonarismo.
Ao apostar no combustível bolsonarista o PSB contribuiu com o projeto de hegemonia do discurso da extrema direita, facilitando seu avanço na formação de maiorias sociais e políticas.
Além disso, apostando em “destruir o PT”, foram eles, e não Marília, que prejudicaram o diálogo nacional entre os dois partidos. É inaceitável o ataque à candidatura do partido por parte de quem deveria defende-la. É um desrespeito que atinge não apenas Marília, mas todos nós que estivemos nas ruas lutando bravamente em defesa de um projeto democrático e popular para a cidade.
Desrespeita milhares de militantes dos movimentos populares e da nossa base social que derramaram seu suor nas ruas de Recife contra o discurso antipetista que criminaliza a todos nós, militantes da esquerda.
Caberia bem em muitos a tal “sandália da humildade” para reconhecer a fulminante derrota da tática de aliança em Recife.
O êxito político da candidatura petista saudada Brasil afora revelou quão desastrosa teria sido essa tática caso fosse executada.
Cairia bem uma dose de humildade aos homens “figurões” que teimam em brigar contra os fatos e não aceitam a evidente consolidação da liderança de uma mulher jovem do PT e no PT.
Além disso, uma pitada de amor próprio para recuperar a defesa do nosso protagonismo diante da desmoralização que o PSB impôs a alguns de seus aliados quando embarcou numa campanha abertamente hostil ao partido.
Ou quem sabe talvez um punhado de coerência para se afastar de um espaço que não se deseja mais defender.
A militância exige respeito e não aceitará mais esse tipo de coisa.
Alguém precisa avisar que novas gerações chegaram, que nessa eleição elegemos na Região Metropolitana jovens petistas LGBTS, negros e periféricos com compromisso de classe e com mandato, vez e voz; que nessa eleição o PT voltou a reencantar milhares de pessoas na capital do estado e apresentou uma nova liderança aos pernambucanos.
Não nos sentimos representados por quem não tem lastro social nem ligação orgânica com o cotidiano e os anseios da militância.
Em Pernambuco a tentativa de manter a distância entre o partido oficial, encastelado numa burocracia ultrapassada, e o PT real, pulsante nas ruas e no coração das pessoas está com os dias contados.
Alguém precisa avisar que algo mudou, que essa mudança está no ar e que o silêncio não será mais a resposta à tentativa de desmoralização do nosso projeto.
Basta!
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