Por Paulo Loiola, de São Paulo As eleições municipais terminam neste domingo (29), com a conclusão do segundo turno em 57 cidades, incluindo 18 capitais.

Ao todo, 23 partidos ainda permanecem na disputa pelas prefeituras espalhadas pelas cinco regiões do país.

Com o término da apuração, que tem início às 17h, o primeiro pleito brasileiro realizado em meio à uma pandemia chegará ao fim.

O isolamento social e os protocolos de segurança, aliás, foram apenas alguns dos problemas que candidatos e suas equipes em todo o Brasil tiveram que enfrentar.

As maiores dificuldades nessa eleição foram: enfrentar um período de campanha na pandemia, no qual as pessoas não estavam nas ruas, tendo em vista que houve uma abstenção histórica concentrada na classe média, que é tradicionalmente majoritária no voto de opinião, e as mentiras que foram fabricadas sobre todos os candidatos, além falta de financiamento para quem não está na liderança do partido, entre outras razões.

Também aponto que a disseminação de notícias falsas seguiu como uma ameaça no pleito deste ano.

O Facebook, por exemplo, informou ter removido 140 mil publicações mentirosas durante o primeiro turno.

As fake news foram e seguirão sendo uma barreira para quem não tem estrutura ou conhecimento técnico para lidar com elas.

E cabe aqui dizer que o comportamento dessas notícias mentirosas é imprevisível, pois algo pode viralizar a qualquer momento e novos ataques surgem o tempo inteiro.

De acordo com os especialistas da Baselab, a crise financeira também facilitou a compra de votos, crime eleitoral que foi investigado e gerou prisões em diversos municípios do país durante o primeiro turno.

Combate à desinformação Para enfrentar as notícias falsas que afetaram as eleições, os especialistas em política criaram diversas estratégias.

Em Cabo Frio/RJ, onde atuamos na campanha do prefeito eleito José Bonifácio (PDT), Loiola afirma que foram necessárias algumas medidas.

Formamos uma rede de mobilizadores, unida a um time de advogados dedicado às respostas, com o apoio de uma análise política, além de uma produção de conteúdo rápida para desmentir as fake news assim que surgiam e um monitoramento constante de mídias e grupos de WhatsApp.

Paulo Loiola é mestre em gestão de políticas públicas pela FGV e estrategista político da Baselab, consultoria especializada em campanhas progressistas.