Desde Roberto Magalhães, os partidos de direita não emplacam um nome na capital pernambucana.
Antes mesmo do desfecho das eleições no Recife, neste domingo, a direita e o bolsonarismo em especial saíram amplamente derrotados nas eleições municipais na capital pernambucana em 2020.
Todos os candidatos que se apresentaram como seus representantes acabaram amargando baixa pontuação nas pesquisas.
Os dois principais nomes da direita que ainda tiveram alguma chance de ir a um segundo turno, Mendonça Filho e Patrícia Domingos, ficaram pelo caminho.
No caso da candidata do Podemos, Patrícia Domingos, depois de uma queda acentuada nas pesquisas, o próprio presidente Bolsonaro voltou atrás na promessa de não pedir votos no segundo turno nas capitais e tentou ajudar a servidora pública, sem sucesso.
O gesto, entretanto, foi útil para evitar o voto útil em favor de Mendonça Filho, do Democratas, permitindo que dois candidatos à esquerda fossem ao segundo turno.
Fora da disputa do segundo turno, ambos os candidatos de direita declararam neutralidade em relação ao PT e ao PSB, mas de nada adiantou.
Os caciques dos partidos bolsonaristas como o PL e o Podemos chegaram a anunciar apoio público para a candidata do PT, co o claro objetivo de derrubar o PSB do poder municipal e enfraquecer os adversários nas eleições estaduais de 2022.
Foto: PH Reinaux/Divulgação As planilhas da segunda pesquisa Ibope no segundo turno do Recife apontavam que os bolsonaristas não conseguiram êxito em jogar os eleitores mais conservadores contra o PSB, votando no PT na reta final.
De acordo com o levantamento do Ibope, a maioria dos eleitores da candidata do Podemos, Patrícia Domingos, 74%, votava no segundo turno no socialista.
O mesmo acontece em menor número (55%) com os eleitores do candidato do Democratas, Mendonça Filho.
No caso de Marília, de acordo com o apontamento, ela herdou 26% dos votos de Patrícia Domingos e 45% dos votos de Mendonça Filho.
Uma explicação possível para que a transferência de votos não tenha ocorrido como a Direita gostaria é a elevada rejeição ao presidente Bolsonaro na capital pernambucana, mesmo com auxílio emergencial pago pelo governo Federal.
Bolsonaro tem 46% de rejeição, sendo 8% de ruim e 38% de péssimo. 10% acha a gestão boa e 13% ótima.
Regular fica em 28%.
No caso do prefeito Geraldo Julio, do PSB, que voltou nesta quarta a aparecer no guia de João Campos, a rejeição soma 39%, sendo 12% de ruim e 27% de péssimo. 6% avalia a gestão como ótima e 37% diz que é regular.
O governador Paulo Câmara tem avaliação negativa de 43%, sendo 13% de ruim e 30% de péssima. 38% acha a gestão regular, 5% ótima e 12% boa.