Apesar da recuperação gradual do mercado de trabalho, Pernambuco ainda não conseguiu anular os efeitos da crise ocasionada pela Covid-19.
Balanço divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Economia, referente ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que o volume de demissões continua superior ao de admissões com carteira assinada no estado.
No acumulado de janeiro a outubro, os empregadores pernambucanos enxugaram 16.092 vagas.
Levantamento da “Plataforma de Inteligência Setorial”, ferramenta de business intelligence das empresas de consultoria Lumi Consult e Insight Soluções, mostra que o saldo também permanece negativo em outros seis estados do Nordeste: Bahia (-16.950), Sergipe (-7.825), Paraíba (-5.586), Alagoas (-3.188), Rio Grande do Norte (-1.103) e Piauí (-946).
As exceções são Maranhão (+18.820) e Ceará (+1.047), que chegaram a outubro gerando mais vagas de emprego do que efetivando demissões, impulsionados pelo reaquecimento do mercado formal.
Desde julho, o país registra um volume maior de contratações impulsionadas pela retomada da indústria e a flexibilização das atividades econômicas consideradas não essenciais, após o período de quarentena rígida.
Outubro consolida retomada Somente o Recife, capital pernambucana, gerou mais de cinco mil postos de trabalho Além do Recife, as cinco cidades que tiveram melhor desempenho em admissões, em outubro, foram Caruaru (1.045), Olinda (838), Jaboatão (833), Cabo de Santo Agostinho (720) e Paulista (637).
Se analisado o comportamento mensal isoladamente, o Caged mostra que a curva de geração de empregos continua ascendente em todo o Nordeste.
Foram 207.924 admissões em outubro, contra 138.405 demissões na região.
Todos os estados reagiram positivamente, e Pernambuco aparece com geração de 13.016 novas vagas, logo depois da Bahia (+16.437) e do Ceará (+16.436), empatados tecnicamente.
Em todo o país, foram criadas 394.989 vagas com carteira assinada em outubro, resultado de 1.548.628 admissões e de 1.153.639 desligamentos.
Dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, quatro tiveram saldo positivo no emprego, no mês passado.
O principal foi o setor de serviços, que abriu 156.766 novas vagas em território brasileiro.
No comércio, foram 115.647 postos.
Indústria e construção vieram em seguida, com 86.426 e 36.296 oportunidades geradas.
Os microdados regionais, com os detalhes dos municípios que geraram mais empregos, assim como o comportamento dos setores da economia que obtiveram destaque, devem ser divulgados pelo Ministério da Economia nesta sexta-feira (27).
Estado Na geração de empregos, Pernambuco teve o melhor outubro dos últimos 10 anos, na série que considera os dados sem ajustes do Caged.
Foram 39.364 admissões e 26.636 desligamentos, resultando num saldo positivo de 13.016 abertura de vagas com carteira assinada neste período do ano.
Em comparação ao mesmo mês do ano passado, as contratações mais que dobraram no Estado, mesmo com a pandemia. “A boa notícia é que o setor de serviços, que tinha sido tão impactado com a pandemia, voltou a contratar.
Espero que todos possam continuar se protegendo, usando as máscaras e o álcool em gel, lavando as mãos e cuidando uns dos outros”, declarou o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes. “A economia deve melhorar com as festas de final de ano, o recebimento do 13º, bem como outros investimentos do Governo estadual e a retomada gradativa do turismo.
A pandemia não acabou, mas vamos manter nossos empregos cuidando uns dos outros”, acrescentou o secretário.