Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, a deputada estadual por São Paulo afirma que o presidente e seus aliados vivem em uma “bolha” Coautora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) foi eleita em 2018 com mais de 2 milhões de votos, que a tornaram recordista no país.
Empunhando as bandeiras anticorrupção e anti-PT, ajudou a eleger o presidente Jair Bolsonaro e foi até cotada a ser vice-presidente.
No entanto, em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco (veja a íntegra ao fim do texto), a parlamentar diz que se arrepende de ter feito campanha para Bolsonaro e critica a gestão do ex-aliado. “Me decepcionei muito com o governo dele [Bolsonaro].
Votado não me arrependo porque não tinha alternativa.
Não voto no PT, isso é fato.
Mas de ter pedido voto para ele, ter feito campanha, subido no palanque e endossado, me arrependo um pouco por causa do Flávio”, explicou a parlamentar.
Janaína acusa o presidente e seus aliados de terem “murchado” a direita que desabrochou no país nos últimos anos.
A deputada afirma que Bolsonaro e seus aliados vivem em uma “bolha”, e ignoram a realidade do país enquanto disputam likes e seguidores nas redes sociais. “Essa barreira que os apoiadores formam em torno do líder prejudica muito”.
Em quase uma hora de entrevista, Janaína foi questionada se pensa em disputar a presidência da República, e diz que seria uma “excelente presidente”.
Porém, afirma que antes precisaria passar pelo Senado para se preparar para o desafio e conhecer por dentro o Congresso Nacional.
Sem essa vivência, avalia que seria “irresponsabilidade”. “Eu acho que seria uma excelente presidente, porque eu amo esse país mais do que qualquer outra pessoa.
Eu não me beneficio de nada dos cargos que ocupo.
Mas, no futuro, seria melhor presidente se tivesse, por exemplo, uma vivência no Senado”, afirmou Janaína.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Em aceno ao centro, a deputada defende o diálogo respeitoso com todas as correntes políticas, inclusive a esquerda.
Nesta semana ela trocou mensagens amistosas no Twitter com o candidato do Psol à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, a quem convidou para uma live para explicitar suas propostas.
O candidato ainda não respondeu. “Queria conversar com ele [Boulos] sobre o que ele pensa.
O Covas tem dois anos de gestão, o Boulos só fala da questão da moradia, que é muito importante.
Mas o que ele vai fazer nas outras áreas?”, questionou.
Embora reconheça a importância do diálogo entre as várias correntes políticas, a deputada estadual afirmou que considera ser prematuro pensar nas alianças visando a disputa das eleições presidenciais. “Acho que é muito cedo para pessoalizar o pleito de 2022, mas fico feliz que haja algum movimento nesse sentido”, avaliou.