O volume de gás natural fornecido à indústria pela Companhia Pernambucana de Gás-Copergás voltou aos níveis de antes da pandemia da covid-19, indicando a retomada da atividade industrial no estado.

Em setembro a comercialização foi de 1,238 milhão de m³/dia, total superior ao registrado no mesmo mês de 2019, que atingiu 1,228 milhão de m³.

O crescimento se manteve em outubro, que foi de 1,243 milhão de m³/dia agora em 2020, contra 1,207 milhão de m³/dia em outubro do ano passado. “As indústrias que são nossas clientes já voltaram totalmente.

Algumas estão até produzindo mais do que antes, para poder atender a demanda”, afirmou o presidente da Copergás, André Campos.

Os segmentos que estão com produção mais acelerada são os do aço, cerâmica e vidro.

Segundo a estatal, a recuperação começou em agosto, quanto o patamar de consumo do gás natural igualou-se ao do mesmo mês do ano passado, e consolidou-se em setembro. “Sinceramente, quando a gente estava aqui no pico da pandemia, achávamos que a recuperação ia demorar muito.

Nas primeiras projeções que fizemos, só voltaríamos ao volume pré-pandemia em fevereiro de 2021.

O retorno foi bem antes do esperado”, disse André.

O segmento industrial é responsável pela maior parte do consumo de todo o volume de gás natural distribuído em Pernambuco.

A participação torna a distribuição do gás natural um indicador da situação econômica do Estado.

Hoje a Copergás tem 106 indústrias interligadas a sua rede de fornecimento, devendo encerrar o ano com 113. “A Copergás é parceira do desenvolvimento de Pernambuco.

Cumprimos nossa obrigação de fornecer o combustível necessário para que as indústrias retomem sua produção, assegurando as condições para que isso aconteça sem interrupções e na proporção demandada”, disse André.

Segundo a estatal, para 2021 os rumos da economia no país ainda são uma incógnita – não se sabe se o atual ritmo de retomada será mantido no mesmo patamar.

Mas no planejamento da Copergás o próximo ano aponta para a consolidação de um ambicioso projeto: a ampla interiorização do gás natural, levando o fornecimento até Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e a Garanhuns, no Agreste.

A ação nos dois municípios é fruto de uma parceria firmada em julho passado entre a Copergás e um gigante mundial do setor, a Golar Power.

Como a construção de gasodutos do Recife ao Sertão é algo muito oneroso, a princípio o energético chegará à região por meio de uma solução pioneira: o gás natural liquefeito (líquido) será transportado em caminhões-containers até o município de destino.

Lá uma estação de regaseificação o transformará para a forma gasosa (gás natural), e a distribuição será realizada por uma rede local de gasodutos.

Segundo a estatal, a operação cria condições para atrair novos empreendimentos à região, aquecendo a economia local e promovendo o desenvolvimento regional.

Em Petrolina, as obras devem começar em janeiro de 2021.

A estação de regaseificação será instalada em terreno doado pelo governo de Pernambuco e a rede local de gasodutos terá 40 km.

A previsão é que o fornecimento de gás tenha início no segundo trimestre do ano, atendendo aos primeiros clientes do distrito industrial local.

No município a Copergás já tem contrato de fornecimento assinado com a Gypsum, empresa pioneira no Brasil em drywall (tecnologia que substitui a alvenaria tradicional, combinando placas de gesso com perfis de aço galvanizado).

Em seguida, o atendimento será ampliado para o abastecimento veicular, residencial e comercial.

Em Garanhuns a estimativa é de que a operação esteja em funcionamento no final do segundo trimestre de 2021.

Neste município também a Copergás já tem contrato de fornecimento do gás natural, com a DPA-Nestlé.

Atuando em área considerada essencial, a Copergás disse que não interrompeu nenhuma de suas ações durante o período de isolamento social provocado pela pandemia. “Mantivemos os trabalhos de ampliação da rede de distribuição e a captação de novos clientes.

A rede da Companhia hoje é de mais de 900 km de gasodutos (tubulações pelas quais o gás natural segue até os consumidores).

Para os próximos cinco anos está prevista a instalação de mais 490 km à rede”, informou a estatal.