Apesar da desaceleração da economia nos período de maior índice de isolamento social, o mercado de seguros continua aquecido pelo sentimento de aversão ao risco, tanto de empresas quanto de pessoas físicas.
De janeiro a setembro, os segmentos supervisionados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) responderam por R$ 198,07 bilhões em receitas, resultado apenas 0,3% abaixo do acumulado dos primeiros nove meses de 2019.
Diretor regional da corretora de seguros Galcorr no Norte e Nordeste, o executivo Yuri Romão chama atenção para o crescimento, entre janeiro e setembro, da procura por produtos como os seguros financeiros (R$ 1,58 bilhão), marítimos/aeronáuticos (R$ 890 milhões) e do seguro rural (R$ 5,14 bilhões).
A expansão das receitas, com esses segmentos, girou em torno de 30% no comparativo com o mesmo período de 2019. “Esse é um movimento que deve perdurar pelos próximos meses.
A sociedade não esperava uma pandemia e a resposta é a precaução, o empresário não quer lidar com mais incertezas ameaçando a saúde do seu negócio”, diz Romão, que destaca ainda a expansão de seguros como o garantia (R$ 2,29 bilhões) e os patrimoniais (R$ 2,76 bilhões).
Nos últimos cinco anos, a Galcorr emitiu mais de US$ 1,7 bilhão em prêmios.
São mais de 750 clientes das áreas de infraestrutura, óleo e gás, indústria farmacêutica, varejo, financeira, portuária, rodoviária, alimentícia, dentre outros setores da economia. “No caso dos seguros de pessoas e danos, os dados da Susep revelam dois movimentos: o cuidado com o futuro da família e o pé no freio do consumo.
A procura por seguro de vida, por exemplo, continua crescendo”, avalia o diretor.
Nos nove primeiros meses deste ano, a alta foi de 11,7% em relação ao mesmo período de 2019.
Outro movimento que chamou a atenção foi o crescimento do seguro prestamista, que até setembro respondeu por R$ 10,70 bilhões em receitas.
Este tipo de produto garante o pagamento de empréstimos e outros financiamentos, como o habitacional, em caso de morte ou invalidez total do segurado.
Menor pressão sobre o consumo Os segmentos automóvel (-4,1%), transporte (-7,4%) e garantia estendida (-15,5%), por sua vez, encolheram - reflexo dos meses de maior retração nas atividades do comércio e a mudança comportamental do brasileiro, que passou a ficar mais tempo em casa, trabalhando no esquema de home office.
As receitas com o seguro para automóvel totalizaram R$ 25,68 bilhões até o mês em análise, uma queda de -4,1% em relação ao período de janeiro-setembro de 2019.