Nesta sexta-feira (23), o vereador Jayme Asfora (Cidadania), aliado de Daniel Coelho, coordenador da campanha de Patrícia Domingos, do Podemos, criticou fortemente o posicionamento partidário e as prioridades das pautas na Câmara Municipal do Recife, na mesma semana que se revelou que os vereadores aprovaram um requerimento para revogar o título de cidadã do Recife, concedido no começo do ano mas não entregue. “A Câmara Municipal virou um instrumento de ataque da campanha para prefeito do candidato João Campos (PSB).

Deveria existir um esforço para aprovar pautas urgentes, como a extinção de auxílios imorais e inconstitucionais, que estamos pleiteando desde 2018, por exemplo”, diz Asfora.

O vereador é autor de três projetos de lei para extinguir as regalias existentes no parlamento municipal, como o auxílio alimentação, auxílio combustível e o auxílio paletó, que estão em tramitação desde 2018, sem votação.

Jayme optou por não receber nenhum desses ‘penduricalhos’ desde o seu primeiro mandato, em 2013.

Veja lista dos vereadores que estão pedindo revogação do título de cidadã do Recife para Patrícia Domingos O vereador também reclamou do que chamou de manobra política para não aprovar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), proposta por seu mandato, sobre “os suspeitos e vultosos” gastos no valor de meio bilhão de reais (R$ 500 milhões) realizados sem licitação ( “e repletos de fortes evidências de corrupção”), relacionados ao combate da Covid-19 pela Prefeitura do Recife. “A Câmara sequer discutiu o pedido de instauração da CPI.

A direção da Casa passou um trator por cima da votação e rasgou vários dispositivos do regimento interno da Casa, como a exigência da votação nominal.

Tudo isso apesar dos fortíssimos indícios de lavagem de dinheiro, superfaturamento das contratações de bens e serviços, empresas fantasmas, organizações sociais de fachada, sócios ‘laranjas’ e licitação dirigida, que fizeram a Polícia Federal ir sete vezes na Prefeitura.

Só após muita cobrança do nosso mandato que os demonstrativos financeiros das organizações sociais foram disponibilizados.

De pronto, verificamos que até junho de 2020, no pico da Pandemia, apesar dessas instituições terem recebido R$ 64 milhões, apenas R$ 24,2 foram efetivamente despendidos.

Os órgãos de controle estimam que dos R$ 500 milhões contratados cerca de R$ 150 milhões tenham sido desviados pela gestão de Geraldo Júlio”, disse o vereador.

Asfora disse que a pauta foi divulgada num domingo, às 23h, para ser votada na segunda-feira, às 10h, de propósito, para não haver discussão e seu mandato ser pego de surpresa. “Tudo para atender aos caprichos do prefeito Geraldo Julio, que tinha medo de uma CPI.

Portanto, a Câmara não teve o menor interesse em investigar esses fortes indícios de corrupção nos gastos relativos à pandemia”.

Na mesma defesa da candidatura do Podemos, Jayme cobra que entre em pauta o projeto que impede a dupla função dos motoristas de ônibus, para que eles não se tornem, também, cobradores. “A proposta vem sendo alvo constante de emendas, ou seja, manobras regimentais, para que a sua votação não se concretize.

Falta quórum também no plenário.

Há mais de três semanas isso vem acontecendo, desde o dia 28 de setembro”, diz. “Por outro lado, de forma rápida e eficiente, a grande maioria dos vereadores apoiou de imediato a revogação do título de cidadã recifense da delegada Patrícia Domingos após as polêmicas em postagens em redes sociais, em março de 2011, divulgadas pela revista Época esta semana.” “É uma hipocrisia.

A Câmara está servindo ao joguete eleitoral criado para eleger João Campos, sendo servil ao PSB, como sempre.

A candidata Patrícia Domingos, de fato, foi infeliz em postagem em uma de suas redes sociais, há mais de 10 anos.

Não defendemos de forma alguma esse tipo de comentário, que foi lastimável.

Não estamos justificando isso.

O que questionamos é que agora essa ala subserviente ao PSB vem com esse verdadeiro apedrejamento em praça pública de Patrícia Domingos porque ela está crescendo na corrida eleitoral”, afirma o vereador.

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