Por Léo Salazar, em artigo enviado ao blog O costume de chamar a cidade do Recife de “Recífilis” ou “Recifede” é antigo na capital pernambucana.

Na década de 1980, a pichação “Recifede” era colocada por um grupo de ativistas em vários pontos da cidade, de acordo com matéria com o título de “Recifede”, publicada no Diario de Pernambuco e reproduzida no site Observatório do Recife em 2011.

No texto, a matéria cita que o apelido surgiu na década de 1970, quando os moradores, com bom humor, já associavam o problema de saneamento na capital pernambucana ao nome dela e faziam o trocadilho.

Esse costume é reproduzido nas ruas e virou um aspecto cultural de todos os recifenses.

O jornal satírico Papa Figo, publicado no Recife nas décadas de 1980 e 1990, tinha o seu slogan “Recifilis a venérea brasileira”.

Já o termo “Hellcife” se refere ao calor infernal característico dos dias ensolarados.

Também é usado comumente por roqueiros, metaleiros e a turma udigrúdi.

Essa visão crítica e humorada está presente nas redes sociais.

Um exemplo está nas publicações do vereador Ivan Moraes, do PSOL, e na própria conta do partido de esquerda no Recife, que em postagem já de 2020 reproduziram as tags #hellcife, #recifilis e #recifede.

Ivan e seu partido, como bons habitantes da cidade, usaram o termo.

Assim como a Delegada Patrícia, em sua conta pessoal no ano de 2011, sem qualquer pretensão política.

O espírito crítico e bem humorado faz parte do caráter do recifense, independente da ideologia.

Léo Salazar é produtor cultural e candidato a vice-prefeito do Recife na chapa da Delegada Patrícia (Podemos/Cidadania)