O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana do Recife alcançou a maior alta do ano em setembro, chegando a 0,78%, de acordo com o IBGE.

O índice, que mede a inflação do período, é superior à média nacional, de 0,64%, que também alcançou o recorde do ano e o maior valor para o mês de setembro desde 2003.

Em agosto, o indicador da RMR havia chegado a 0,46% e em julho, a 0,4%, consolidando um viés de alta de preços verificado nos últimos três meses.

Assim como ocorreu nos meses de julho e agosto a Região Metropolitana do Recife tem a segunda maior inflação acumulada do ano entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, com 2,78%, ficando atrás apenas do município de Campo Grande (3,41%).

A representante pernambucana no índice também tem o quarto maior índice no acumulado da inflação dos últimos 12 meses, de 3,84%, tendo à frente apenas Campo Grande, Belém e Fortaleza.

Nas duas variações acumuladas, o indicador é maior do que a média do Brasil, que marcou inflação de 1,34% no ano e 3,14% nos últimos 12 meses.

Entre os nove grupos de produtos e serviços acompanhados pelo índice, os Alimentos e bebidas apresentaram a maior alta, de 2,57%, puxada pelo aumento dos leites e derivados, das carnes e do óleo de soja, cujo reajuste, de 39,33%, foi o maior entre todos os itens pesquisados.

Esse também foi o produto com maior variação acumulada no ano, ficando, em média, 63,64% mais caro de janeiro até setembro.

Dos cinco tipos de mercadoria que mais aumentaram de preço em setembro, todos eles são alimentícios.

Os óleos e gorduras em geral subiram 22,89%, seguidos pelo arroz (16,88% em setembro e 35,35% no acumulado do ano), queijos (12,18%), tomate (11,51%) e cenoura (10,29%).

O chã de dentro (9,38%) e o cupim (8,62%) também estão entre os dez produtos com maior reajuste de preço no mês passado.

O segundo grupo com maior aumento foi o de Artigos de residência, com 1,83%, desempenho puxado pela alta no preço de eletroeletrônicos, como televisores (4%), videogames (3,64%), aparelhos de som (4,64%) e computadores pessoais (3,15%).

Já o setor de Despesas pessoais (0,43%) ficou em terceiro lugar no grupo de produtos e serviços com maior aumento de preços.

Os outros indicadores que registraram inflação positiva na RMR foram Transportes (0,41%), Habitação (0,39%), Vestuário (0,20%) e Educação (0,04%).

Embora o setor de transportes tenha tido apenas a quarta maior alta, o impacto do reajuste da gasolina, com aumento de 1,86%, e das passagens aéreas tiveram papel importante ao pressionar o IPCA na Região Metropolitana do Recife por terem o segundo maior peso no orçamento familiar, atrás apenas de Alimentação e bebidas. “Os maiores impactos positivos no índice foram de leites e derivados, carnes e combustíveis.

Após quatro meses de fortes quedas, os preços das passagens aéreas voltaram a subir, com 9,92%, também contribuindo significativamente para o índice final de inflação em setembro”, explica a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.

Em setembro, apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços tiveram deflação em relação a agosto: Comunicação (-0,14%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,37%), resultado ocasionado pela queda de - 1,8% nos serviços de saúde em geral e de – 2,33% nos planos de saúde.

Entre os itens isolados que tiveram as maiores reduções de preço em setembro, estão a cebola (-10,68%), a batata inglesa (-10,16%), o alho (-7,37%), o doce de frutas em pasta (-7,21%), o abacaxi (-6,06%) e o macarrão (-5,45%).

IPCA NO BRASIL O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro subiu 0,64%, ficando 0,40 ponto percentual (p. p.) acima dos 0,24% de agosto.

No ano, o indicador acumula alta de 1,34% e, em 12 meses, de 3,14%, acima dos 2,44% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em setembro de 2019, a variação havia sido de -0,04%.

A maior variação (2,28%) e o maior impacto (0,46 p.p.) no índice do mês vieram do grupo Alimentação e bebidas, que acelerou em relação a agosto (0,78%).

Houve altas em outros seis grupos, com destaque para Artigos de residência (1%), Transportes (0,70%) e Habitação (0,37%).

O grupo Vestuário, após quatro meses em queda, também apresentou alta (0,37%) contribuindo com 0,02 p.p. para o resultado de setembro.

No lado das quedas, o destaque foi Saúde e cuidados pessoais (-0,64%), com impacto de -0,09 p.p.

Os demais grupos ficaram entre o recuo de 0,09% e Educação e a alta de 0,15% em Comunicação.