Por José Paulo Cavalcanti Filho, em sua coluna no JC desta sexta Continuo com histórias de livro que estou escrevendo (mesmo título da coluna).
Na renovada esperança de que o amigo leitor aprecie.
Aqui vão mais algumas: CARLOS ALBERTO SARDENBERG, jornalista.
Chegou no cemitério sem saber qual o velório certo.
Então perguntou, no primeiro: – Quem é o morto?
E o cidadão, apontando para um caixão, – É aquele ali dentro.
DIVANE CARVALHO, jornalista.
Manhã de domingo, seu aniversário, ligo bem cedo: – Parabéns, querida.
Desejo que tenha um dia esplendoroso. – Acho meio difícil, Zé Paulo.
Que estou no Necrotério.
Esperando o corpo de meu marido para enterrar, ainda hoje.
JOSÉ ROBERTO, irmão.
Morreu Quino, esta semana.
O gênio argentino das caricaturas.
E ele me escreveu: – Eu queria ser Quino.
Pelo menos por 5 minutos. – É o contrário, Zeca.
Hoje, é ele quem queria ser você.
E não só por 5 minutos.
Mas pelo resto de sua vida.
Dom JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA, Cardeal.
Dia seguinte à sua posse, no Vaticano, ofereceu almoço.
Preparei discurso que começava dizendo: – O treinador do Flamengo, Jorge de Jesus, é português.
E no Brasil, hoje, Jesus é Deus.
Os amigos de Tolentino são bem mais modestos.
Não querem vê-lo como Jesus.
Nem, muito menos, Deus.
Para nós, basta que um dia ele seja Papa.
MANÉ TATU, pintor.
Filho do grande Zé Cláudio. – Pai está preocupado por não ter reconhecido um amigo que o visitou.
Como é mesmo aquela regra sua? – Sobre o roteiro de nossas vidas? É assim: 1.
No começo, ninguém lhe conhece e você não conhece ninguém. 2.
Depois, você conhece todo mundo e ninguém lhe conhece. 3.
Você conhece todo mundo e todo mundo lhe conhece. 4.
Todo mundo lhe conhece e você já começa a não saber quem são os outros (você é filho de quem?). 5.
No fim, você não conhece mais ninguém e todo mundo já se esqueceu de você.