Bolsonaro ensaia apostar em abertura da cabotagem na costa brasileira O presidente de Complexo de Suape, com bons argumentos, afirmou que o projeto “BR do Mar”, emblema novo para a boa e velha cabotagem, expõe incoerência do governo na gestão da indústria naval.

Em uma live, na quinta-feira passada (24/9), o presidente do Complexo Portuário Industrial de Suape, em Pernambuco, Leonardo Cerquinho, disse que os estaleiros de Suape apoiam a decisão do governo federal, incluída no BR do Mar, relativa à permissão de uso do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para reparos das embarcações.

MNo entando, Leonardo Cerquinho chamou atenção para uma outra proposta de emenda constitucional do Governo, em trâmite no Senado Federal, em que pede a extinção do Fundo Naval e cobra coerência nas políticas públicas para o setor. “Existe uma grande incoerência da política federal, do processo dos estaleiros que é preciso ser melhor trabalhada”, afirmou, citando que um governo Liberal não poderia aceitar.

O presidente expôs outra inconsistência da iniciativa, que prejudica a competitividade da indústria naval.

Segundo ele, ao mesmo tempo em que o projeto reduz os impostos de importação para a construção de navios, foram mantidos os antidumpings que encarecem a produção da indústria naval brasileira. “As chapas de aço necessárias para a construção de navio, às vezes, chegam a ser de 40% a 50% mais caras do que os concorrentes internacionais.

Então, é muito fácil você virar para os estaleiros e mandar eles aprenderem a serem competitivos, enquanto o mercado de matéria-prima deles (os concorrentes internacionais) é protegido (pelo governo brasileiro)”, comparou Leonardo Cerquinho.