A Delegada Patrícia (Podemos), candidata a prefeita do Recife, fez uma live em seu perfil oficial no Instagram na tarde desta quinta-feira (24).

A transmissão contou com a participação do corpo jurídico que representa a candidata.

Ela disse que recebeu uma notificação da Corregedoria da Polícia Civil de Pernambuco pedindo explicações sobre uma fala que fez em fevereiro deste ano, quando se filiou ao Podemos, em Brasília. “Naquele dia eu falei as razões da minha filiação e comentei sobre o fechamento da Decasp (Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos)”, afirmou a delegada.

O documento que Patrícia recebeu é datado de fevereiro, mas ela só foi notificada na última quarta-feira (23), já depois de ser definida pelo partido como candidata. “Não permitiremos que esse tipo de coisa ocorra durante a campanha. “Não aceito esse tipo de intimidação”, acusou.

O advogado Rodrigo Almendra, que representa a candidata, declarou-se surpreso pela notificação. “Fui surpreendido com o tempo em que essa notificação foi feita em relação ao fato.

Estamos diante de uma narrativa de uma candidata que anunciou ao mundo as razões pelas quais iria se candidatar ao município do Recife.

Nada, absolutamente nada, de ofensivo a justificar a abertura de um procedimento administrativo, quiçá de uma investigação preliminar”, afirmou o advogado.

Almendra disse ver “nítida finalidade política da notificação”, pelo momento em que aconteceu. “O corpo jurídico está atento para coibir esta irregularidade”, disse o advogado. “Não se pode fazer uso da candidatura de um servidor público e, ao mesmo tempo em que isso é permitido, coibir este servidor com base em uma legislação antiga, sob o pressuposto de que quaisquer de suas declarações poderá colocar o seu cargo em risco”.

Delmiro Campos, que também representa a delegada Patrícia, corroborou a acusação. “Do ponto de vista da legalidade, nós observamos um interesse manifesto de causar repercussão no processo democrático eleitoral da cidade do Recife.

Patrícia, na medida que está a exercer seu legítimo direito constitucional de filiada partidária, o seu legítimo direito político-partidário, não pode ficar à mercê, nem à margem, da observância das suas garantias”.

Os advogados classificaram a situação como absurda, leviana e que não está de acordo com a Constituição Federal, que permite a candidatura de servidores públicos. “Sou servidora pública há 21 anos.

Nunca tive um dia de falta ao serviço público.

Nunca tive uma punição na minha vida.

Estou falando de duas décadas como servidora pública.

Não é nesse momento, durante uma campanha eleitoral, que eu vou passar por esse tipo de constrangimento”, disse Patrícia. “Não admitirei interferência desse tipo na campanha.Nosso maior aliado são os recifenses.

Juntos, vamos libertar nossa cidade desse tipo de atuação”, afirmou a delegada.

A SDS não se pronunciou.