Candidato a prefeito do Recife pela coligação Recife Acima de Tudo, Mendonça Filho (DEM), repetiu, nesta terça-feira (22) a cobrança à gestão do PSB pelos resultados do Recife e de Pernambuco, em uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre o mercado de trabalho e perda de renda durante a pandemia do novo coronavírus.
Mendonça afirmou que está disposto a discutir os problemas da cidade com quem pleiteia ser prefeito e não com aliados, como o líder do governo Isaltino Nascimento, que defendeu o governo estadual e municipal, preservando o candidato do PSB de entrar na rinha política. “Quero debater o Recife e seus muitos problemas com João Campos, e não com um de seus tutores, que a todo momento tentam blindá-lo dos graves fatos e iludir a população.
O eleitor do Recife está cansado dessa conversa fiada”, disse Mendonça Filho.
A afirmação do democrata é uma resposta direta ao deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), líder dos socialistas na Assembleia Legistativa de Pernambuco (Alepe).
Isaltino hoje acusou o candidato do DEM de “oportunismo” e “falta de sensibilidade”, após as cobranças feitas pelo prefeiturável, ontem, em relação ao estudo da FGV, no qual Recife e Pernambuco tiveram a maior queda registrada na renda do trabalhador em todo o Brasil desde o início do isolamento social causado pela Covid-19, com percentuais de 29,5% e 26,9%, respectivamente.
Para Mendonça Filho, os números da pesquisa, coordenada pelo economista Marcelo Neri, e que utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), considerando trabalhadores formais, informais e desocupados, mostram o “real legado da gestão do PSB”. “O estudo dos impactos da pandemia é sobre a economia dos municípios brasileiros, não se está falando nem comparando com o resto do mundo.
Aliás, é um ótimo momento para João Campos vir a público explicar as seis operações da Polícia Federal no Recife, a partir das denúncias de superfaturamento e outros indícios de irregularidade, isto sim.
Recife tem o dobro de mortes por Covid-19, em relação a outras cidades, como Salvador.
Lá, o índice ficou em cerca de 3%, enquanto aqui atingiu quase 8%”, disse Mendonça Filho.
Em agosto, a capital baiana registrava 65 mortes pela doença por 100 mil habitantes.
O Recife, por sua vez, apresentou, no mesmo período, 130,5 óbitos para o mesmo coeficiente. “Ou o líder do PSB na Alepe acha que a população já esqueceu os cerca de 500 respiradores pulmonares artificiais comprados pela gestão de Geraldo Julio, testados apenas em porcos e sem o aval da Anvisa, e as máscaras e luvas compradas de forma superfaturada para combater a pandemia?”, afirmou o democrata.
Mendonça Filho disse que a população do Recife sabe que as dificuldades em todo o Brasil em relação à pandemia são as mesmas, bem como as políticas federais adotadas também são uniformes na concepção, apesar de que o Auxílio Emergencial criado pelo Governo Federal para auxiliar a população mais carente durante o isolamento, por exemplo, foi maior em estados como Pernambuco, que têm um número significativo de pessoas mais necessitadas. “Ao contrário do que o líder do governo na Alepe diz, o Auxílio Emergencial foi criado, lançado e chegou na ponta, ou seja, na conta dos trabalhadores, em tempo recorde.
Esta foi a política social de maior orçamento até hoje executada pelo Governo Federal em sua história e gerou um cadastro importante para ser usado em um próximo programa social a ser lançado.
Além disso, quem definiu o valor de R$ 600 não foi o Congresso Nacional, e sim o presidente Jair Bolsonaro.
Não adianta iludir a população atribuindo o sucesso da medida emergencial ao Congresso, o povo sabe a verdade”, disse Mendonça Filho.
O democrata disse que o Governo Federal adotou outras medidas de apoio às empresas e proteção aos empregos em todo o país, como o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (Bem), programa de redução de jornada/suspensão dos contratos de trabalho, criado pelo Ministério da Economia para evitar demissões em massa e, consequentemente, o colapso na economia brasileira.
A medida poupou mais de 10 milhões de empregos formais e criou diversas linhas de crédito, como o PRONAMPE, que dependeu da parceria dos bancos, e que num momento de alto risco na economia se retraíram. “Além disso, o Governo Federal aprovou o “Plano Mansueto”, que trouxe recursos para o estado de Pernambuco e o Recife, bem como a prorrogação do pagamento das dívidas que estes entes tinham.
O Governo de Pernambuco, principalmente, teve uma situação fiscal excelente durante a pandemia, com recursos desvinculados disponíveis e sendo usados de forma errada, e podendo postergar suas obrigações.”