De acordo com o estudo da Ceplan, divulgado nesta terça-feira, os impactos da pandemia foram significativos em todo o mundo, mudando hábitos, conceitos urbanos e a vida das pessoas.
Mas a forma de trabalhar nunca mais será a mesma.
Mudanças foram aceleradas e chegaram para ficar como o trabalho remoto, embora ainda que para uma minoria mais qualificada.
Neste primeiro momento, rumo ao pós-pandemia, observam-se perdas consideráveis em empregos e renda atingindo, no Brasil, com maior intensidade os mais pobres, os de menor escolaridade, as mulheres, e os pretos e pardos.
O auxílio emergencial distribuído pelo governo federal ajudou os informais e os sem renda alguma a sobreviver e, como foi de ampla distribuição, trouxe efeitos positivos nas vendas de alimentos, material de construção e de eletrodomésticos.
Trouxe também à tona o debate sobre a instituição de uma renda mínima, cujo financiamento é controverso em meio a uma crise fiscal e aos limites orçamentários definidos pela emenda constitucional do teto de gastos.
O novo mundo do trabalho traz muitos desafios para as empresas, instituições de ensino e de qualificação profissional.
Algumas ocupações e profissões se tornarão obsoletas enquanto outras deverão surgir porque teremos novas formas de produzir, de vender e de fazer circular a riqueza.
Quanto à retomada, a equipe da Ceplan aponta como principal desafio reestruturar o mercado de trabalho em tempos de maior flexibilização associada aos novos paradigmas técnicos, às mudanças no marco regulatório e na organização dos trabalhadores.
Investimentos na capacidade humana para desenvolver as habilidades e competências do mundo do trabalho que emerge no ambiente disruptivo, apresentam-se como um dos desafios.
No Brasil, a urgência em recuperar a atividade econômica e o nível de emprego – que já estavam lentos no período pré-pandemia - passa por investimentos públicos que não são fáceis de viabilizar num governo dividido sob quais rumos tomar.
Novas formas de financiamento como PPPs e concessões aparecem como o caminho natural para criar infraestrutura econômica e social com impactos diretos e indiretos para a demanda por trabalho.
O governo precisa definir os rumos da economia e evitar tropeços políticos que gerem insegurança a investidores internos e externos, atores importantes para retomar o nível de atividade econômica e para dinamizar o mercado de trabalho via geração de novos empregos.