Por José Paulo Cavalcanti Filho, em sua coluna no JC desta sexta-feira Nos anos de 1985/86, representando o Ministério da Justiça, fui várias vezes aos Estados Unidos.
Para estudar seu sistema prisional.
Com Norman Carlson (e equipe), Presidente do Federal Bureau of Prisions.
Fomos desaconselhados, por exemplo, a usar Penitenciárias Privadas.
Os Resultados foram modestos.
Tanto que os contratos vigentes, firmados com empresas administradoras, não seriam renovados.
Outro caso foi o da ressocialização de apenados violentos.
Em vez de solitárias, criaram um programa chamado Mak One.
Pondo, esses presos, em celas individuais – com mesa, cadeira, estante de livros, ar-condicionado e televisão que viam deitados na cama.
Certo que, depois de algum tempo, deixavam de ser problema.
Sugeriu fazermos algo assim.
Ponderei que as realidades eram diferentes.
E caso essa notícia circulasse, no Anibal Bruno, iria ter fila de presos matando companheiros.
Só para gozar do privilégio.
Informação relevante foi ter, a Suprema Corte americana, decidido não mais interferir na gestão das penitenciárias.
Por considerar que se tratava de um mundo à parte.
Enquanto o Supremo daqui anda por outros caminhos.
E continua pensando estar, entre suas atribuições, fazer leis.
Antes, com a ADO 26 (2019), já havia considerado Homofobia e Transfobia crimes.
Não que seja contra, amigo leitor.
Só penso que isso deve ser competência do Poder Legislativo.
E, não, do Judiciário.
Agora, no RE 580.252 (16/8/2020), temos uma lei a mais.
Ainda pior.
Que determina pagamento de 2 mil reais, a cada preso, por conta do estado deplorável de nossas penitenciárias.
Como Dano Moral.
Segundo o velho Aguiar Dias (Resp.
Civil), “efeito não patrimonial da lesão de direito”.
Qual direito?
Difícil entender.
Em penitenciárias dos Estados Unidos, presos pagam até 66 dólares/dia (cerca de 8.500 reais/mês) por casa, comida e roupa lavada.
Enquanto no Brasil, diferentemente, parte dos presos, em vez de pagar, recebe 1.425,56 reais – beneficiando pais, filhos e irmãos.
Melhor que a Previdência.
Fosse pouco, agora, tem ainda mais grana.
Bancada por todos nós, contribuintes.
Perdão, senhores, mas não parece razoável.
A família de um cidadão que for morto por essa gente, nada recebe.
Nem crianças que foram estupradas.
Enquanto assassinos e estupradores, que já embolsam até 1.425,56 por mês, agora vão também ganhar esse bônus de 2 mil. É justo?