Em julho passado, o vereador André Régis sugeriu que os candidatos a prefeito do Recife tivessem a obrigação de informar sobre qual solução pretendiam encaminhar para a ocupação dos 15 hectares desocupados do antigo aeroclube considerado um ponto estratégico para a zona Sul da capital.
Na opinião do parlamentar os recifenses teriam de saber o destino daquela área até como pré-requisito para o voto no dia 15 de novembro. “Uma solução pautada na velha política ou no populismo pode acarretar um desastre ambiental e inviabilizar completamente o entorno da região, incluindo os centros de compras e os polos de serviços”, disse André Régis.
Auxiliado por uma equipe multidisciplinar que atua no seu gabinete, o vereador e cientista político produziu um memorial descritivo para estudo de viabilidade do antigo parque do aeroclube.
Com recursos de drones e de equipamentos de alta tecnologia o estudo concluiu que a área pode ser ocupada por quatro torres comerciais na margem da Via Mangue, uma hiper escola municipal, um parque maior do que o parque da Jaqueira, um conjunto habitacional e um centro de saúde.
O projeto é em tudo semelhante ao lançado pela PCR, mas recebe críticas de boa parte da oposição.
De acordo com o vereador, o estudo foi encaminhado à mesa diretora da Câmara Municipal e ao prefeito Geraldo Julio, mas seguia sem resposta há mais de um ano. “O assunto é da maior gravidade e poderá definir uma posição relevante dos eleitores recifenses na eleição do próximo prefeito”, afirmou em julho o vereador.
O terreno que abrigava o antigo aeroclube da cidade do Recife, hoje desativado, é um terreno de 147. 658 m² e está situado numa área de grande carência de equipamento público da zona do sul da cidade do Recife.
A sua localização e tamanho o tornam singular. “Terrenos desta dimensão em cidades desenvolvidas são alvos de importantes intervenções urbanísticas sempre com o intuito de catalisar a transformação e fomentar novas formas de habitar e utilizar o uso do solo para fins públicos, tornando-se catalizadores da criação de novas dinâmicas urbanas, de mudanças na economia, na ambiente urbano do entorno e de novos hábitos e consciência civis”, disse. “Uma intervenção urbana adequada e inovadora tem o poder de elucidar o cidadão, criando um efeito pedagógico revelador de formas de usar e olhar de forma diferente a sua cidade”.
Foto: Câmara do Recife/Divulgação Veja os detalhes da proposta de André Régis O terreno em questão tem cerca de 14,5 hectares e fica situado na bacia do Pina, entre a rua Tomé Gibson, via que hoje tem a importante tarefa de ligar as principais artérias de Boa Viagem e a Via Mangue – o principal eixo distribuidor viário da zona sul do Recife.
Sua proximidade a uma comunidade carente e a um bairro nobre da zona sul do Recife, é um exemplo da dicotomia que se vive nos grandes centros urbanos das grandes cidades do Brasil.
O desafio está em propor de maneira interligada a possibilidade de aproximação e na convivência entre as duas extremidades sociais, diminuindo barreiras que crescem através da construção das cidades, possibilitando a convivência de ambas as partes num espaço público onde a arquitetura é o instrumento para a materialização do consenso entre qualidade espacial e dignidade social.
Um espaço onde o efetivo exercício da arquitetura, possa simbolizar a comunhão e cidadania, está em dividir e respeitar igualmente o mesmo espaço.
A escola Assim atendendo a uma necessidade local, como a falta de equipamentos educacionais do município com estrutura adequada, que é um dos grandes problemas da cidade do Recife, e que reflete em toda a população, propomos um complexo educacional que ocuparia 33% do terreno, constituído por: creche, pré-escolar, fundamental I e II, piscina olímpica, quadra poliesportiva, espaços para tecnologia e educação ambiental, uma escola que poderia servir de modelo para a mudança de um paradigma na forma como são instaladas as escolas municipais.
Zona de Habitação Social Também teríamos quatro edifícios de habitação de interesse social com apartamentos de 70 m²(sala,3 quartos, cozinha e área de serviço,2 bwc) , cada edifício com 4 andares, respeitando o gabarito das áreas adjacentes, estaria numa área destinada a esse uso com 15.000 m2.
Parque Urbano Junto a isto um parque urbano com área destinada de aproximadamente 56.600m², quase um parque da Jaqueira (situado na zona norte com 70.000m²), um parque que atenderia aos moradores em geral da zona sul da cidade do Recife, com espaços para pista de cooper, parque infantis, posto de saúde, áreas de estar, anfiteatro e quadras poliesportivas.
Zona de uso privado Área destinada ao uso privado com uma área de 13.700m², com a possibilidade de construção de edifícios habitacionais, empresariais ou serviço.
O Complexo Educacional A proposta de implantação de um complexo educacional, em substituição de escolas municipais existentes num raio de 500 metros nesta região e que não tem condições adequadas a um bom funcionamento e que juntas representam um universo de 1.832 alunos, visa uma mudança de paradigma na construção de escolas de maior porte, construídas para a finalidade devida, com todas as condições de ensino.
O complexo escolar abrigaria um edifício onde funcionaria uma creche para 360 crianças, um edifício para o pré-escolar com 440 alunos e uma unidade para ensino fundamental para 1400 alunos, totalizando uma capacidade para 3,.240 crianças.
A escola modelo teria ainda uma área para o cultivo e aprendizado das hortas orgânicas, a utilização de painéis fotovoltaicos (o incentivando à utilização da energia limpa e barata, no intuito de autosustentação do edifício), bem como utilização de materiais recicláveis na sua construção como, por exemplo, madeira de reflorestamento.
Biblioteca, sala de educação tecnológica, refeitórios, salas de apoio pedagógico, área de lazer e esportes, para a possibilidade do desenvolvimento de alta competição nos esportes nacionais. É também importante que as escolas públicas se situem em lugares privilegiados e à vista de toda a população, para que a educação esteja próxima e ao alcance de todos, defende André Régis –