O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Pernambuco, que mede a percepção que os empresários do comércio têm sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo, mostrou alta após cinco quedas consecutivas.

O indicador já havia mostrado menor intensidade nas duas variações negativas anteriores e que a expectativa era de alta em agosto, visto que seria o primeiro mês após início da reabertura dos estabelecimentos não essenciais com a presença de uma data comemorativa forte, neste caso a comemoração do Dia dos Pais.

O ICEC cresceu 10,1% entre julho e agosto, saindo de 72,4 para 79,7 pontos, refletindo os números positivos do movimento das vendas iniciado a partir de maio, onde o volume cresceu 10,2% em Pernambuco, com continuidade em junho, visto que a intensidade do consumo continuou alto e propiciou desempenho de 10,3%.

Os segmentos que vem puxando a recuperação do comércio atualmente é o de eletrodoméstico, respondendo a uma demanda extremamente elevada das famílias que atualmente precisam de um uso mais intenso destes aparelhos devido ao isolamento social.

Além dos móveis, puxados pela necessidade da montagem dos escritórios home office, e do segmento de material de construção, que também cresce devido a necessidade de permanência em residências e pelo necessidade dos estabelecimentos de se adequarem as normas de saúde.

Além do comércio outros setores importantes como serviços e indústria também vem apresentando resultados superiores aos projetados no início da pandemia.

Esta velocidade de recuperação também contribui para que o empresário visualize um momento menos crítico no médio prazo, influenciando a confiança de maneira positiva e a mantendo superior à média nacional.

Outro ponto importante para a recuperação da confiança do setor são as políticas emergenciais do governo que conseguiram ser efetivas no lado das famílias e dos empresários.

O primeiro grupo teve o impacto negativo atenuado com os recursos do auxílio emergencial, visto que o programa injetou R$ 6,7 bilhões de reais na economia pernambucana entre abril e julho e foi direcionada praticamente aos vulneráveis e desempregados.

Já a população ainda empregada com carteira assinada vem tendo a possibilidade de sacar recursos do FGTS, que também vem sendo importante para manter o consumo e poder de compra das famílias.

Em relação aos empregos o programa BEm contribuiu para atenuar o número de demissões, devido aos acordos de suspensão de contrato e redução de carga horária.

Desta forma o consumo pode continuar e gerar desdobramentos positivos para o comércio.

Já os empresários foram atendidos por financiamentos com juros subsidiados pelo Pronampe, que disponibilizou mais de R$ 25 bilhões para empréstimo a juros mais baixos e com carência e tempo de pagamento também vantajosos.

Os números são claros no sentido de mostrar uma recuperação bem mais rápida em relação as perdas durante o período mais intenso da pandemia, mas é importante lembrar que a grande maioria dos indicadores ainda mostram variação negativa quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

A confiança do empresário do comércio apresenta queda de 23,6% quando o comparativo é com agosto de 2019, apontando que a probabilidade da queda da maioria dos indicadores em relação ao ano passado ainda é alta.

Quando se analisa os sub indicadores da pesquisa verifica-se que todas as avaliações apresentaram alta mensal.

A maior melhora ficou com o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio, confirmando que o empresariado do setor confia que o direcionamento da equipe econômica federal é correto e levará a uma saída da atual conjuntura.

Para o próximo mês se esperar que a confiança apresente estabilidade, visto que o mês de setembro não apresenta data significativa para o setor e ainda terá um feriado nacional, o que encurta os dias úteis e reduz o volume de vendas da semana em que o feriado está presente.

Já para o segundo semestre e em especial o último trimestre do ano, a expectativa é de recuperação mais acentuada das vendas e da confiança do setor, podendo melhorar ainda mais as projeções de queda ainda presentes para o ano de 2020.