Antes do posicionamento oficial da Secretaria de Sapude, um grupo de deputados e veradores evangélicos reclamou da operação, na frente do CISAM, no Recife. “Recebemos a informação de que não há decisão judicial que autorize o aborto da criança vinda do estado do Espírito Santo.Também obtivemos aqui, a informação que há insistência em proceder o aborto”. “Exigimos uma posição oficial do Hospital, Secretaria de Saúde, do Governo do Estado ou MPPE, se está havendo um crime ou não.

Porque aborto sem autorização judicial é crime.

Pedimos a atenção de todos para este grave episódio, ou seja, criança transportada do estado do Espírito Santo para ser abortada no Recife”.

A nota fois assinada por Renato Antunes - Vereador do Recife, Joel da Harpa - Deputado Estadual, Clarissa Tércio - Deputada Estadual, Michele Collins - Vereadora do Recife, Terezinha Nunes - Movimento de Mulheres Católicas, Cleiton Collins - Deputado Estadual e Márcio Borba - Presidente do PROVIDA-PE.

Em tom de denúncia, o deputado Joel da Harpa, integrante da bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco, chegou a afirmar que haveria um “aborto ilegal em Pernambuco”. “Um absurdo!

Pernambuco se tornar um estado referência para homicídio de fetos, de crianças indefesas.

Fontes garantem que, está em Recife e se deslocando para o CISAM (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), direto do Espírito Santo, a pré-adolescente de 10 anos estuprada pelo tio”. “A criança chegou a ser internada no Hucam, em Vitória, mas a equipe médica do Programa de Atendimento as Vítimas de Violência Sexual se recusou a realizar o procedimento ontem (sábado).

O juiz Antonio Moreira Fernandes deu a liminar para o aborto, mas a garota estaria vindo fazer o procedimento no Recife.

Ela já teria cinco meses de gestação, e não três como disse o juiz”, disse Joel. “A criança precisa de apoio e não ser induzida a cometer um crime.

Um decisão ilegal e principalmente imoral. É preciso lembrar que, no Brasil, aborto é crime.

A constituição só permite fazê-lo com até três meses.

A criança já está com 5 meses, portanto, não podemos permitir que este assassinato aconteça no nosso estado”, afirmou. “Algo de muito grave está acontecendo este final de semana aqui em Pernambuco.

Uma menina de 10 anos que ficou grávida através de estupro foi transferida para o Recife para fazer aqui um aborto porque os médicos do Espírito Santo, onde o fato aconteceu, se recusaram a fazer o procedimento alegando a ética médica. É que, apesar de um juiz ter autorizado o aborto, a menina está entrando no sexto mês de gestação.

No nosso entender um caso desse teria que ser muito discutido pois não é brincadeira tirar vivo da barriga de uma mãe uma criança entrando no sexto mês quando se sabe que há casos no mundo de crianças neste período gestacional que nasceram prematuras e sobreviveram.

Mas, independente de tudo isso, o que se discute não é apenas o aborto mas o fato de médicos pernambucanos - uma minoria precisamos ressaltar - se prestarem a fazer um aborto que profissionais de outros estados se recusaram a realizar”, afirmou Terezinha Nunes, candidata a vereadora no Recife. “Pior ainda foi o clima que se instalou na frente do CISAM, onde a menina se encontra.

Estive lá para tentar dialogar no sentido de se descurtir mais a questão com a família e a equipe médica e não consegui sequer gravar um um vídeo pois um grupo abortista fez tanto barulho e me atacou de tal forma verbalmente que o som ficou inaudível.

Espero que espetáculos como esses não se repitam por aqui e vou sugerir ao Conselho Regional de Medicina que se pronuncie sobre o fato.

Sou contra o aborto por convicção mas respeito quem é favor.

Não se ganha nada na base do grito e quem assim age é porque não tem razão”, completou.

Decisão judicial Em nota oficial, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que segue a legislação vigente em relação à interrupção da gravidez (quando não há outro meio de salvar a vida da mulher, quando é resultado de estupro e nos diagnósticos de anencefalia), além dos protocolos do Ministério da Saúde (MS) para a realização do procedimento, oferecendo à vítima assistência emergencial, integral e multidisciplinar. “Em relação ao caso citado, é importante ressaltar, ainda, que há autorização judicial do Espírito Santo ratificando a interrupção da gestação. É importante reforçar, também, que o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE) é referência estadual nesse tipo de procedimento e de acolhimento às vítimas.

Por fim, ratifica-se que todos os parâmetros legais estão sendo rigidamente seguidos”.