A deputada Clarissa Tércio informou que passou a tarde de hoje, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), na Encruzilhada, para tentar impedir que menina de apenas dez anos, grávida, vítima de estupro, no Espírito Santo, interrompesse a gravidez, na unidade de saúde, localizada, no Recife depois do procedimento ter sido negado pelos médicos, no hospital em que ela foi atendida, no Espírito Santo, mesmo diante de despacho judicial, publicado na última sexta-feira (14), pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude da cidade de São Mateus/ES.

Em conversa com o médico obstetra e diretor do Cisam, Olimpio Moraes, a deputada se certificou da informação de que a equipe médica do hospital estava aguardando a menina de dez anos para realizar o procedimento. “Houve muito tumulto no local e quando questionado se Recife era a capital do aborto, o médico responsável afirmou que sim, completando que a dos Direitos Humanos também”, relatou.

A parlamentar disse que se posicionou contra o procedimento por se tratar de vidas. “Não podemos admitir que essa menina interrompa a gravidez.

Precisamos lutar por essas duas vidas!

A informação que temos é que ela está com 23 semanas de gestação.

O bebê já está formado.

Considero um atentado à vida!

A menina sair do Espírito Santo para interromper a gravidez em Pernambuco. É um absurdo!

Não podemos permitir “, disse Clarissa.

A deputada Clarissa Tércio informou que ingressou com um pedido de tutela de urgência com o objetivo de obrigar o CISAM a se abster do procedimento da interrupção da gravidez.

Clarissa Tércio integra as Comissões de Saúde e Assistência Social e a de Direitos Humanos da Alepe.

Além da deputada Clarissa Tércio, também estavam no local, Vítor Borba, representando o Instituto Pro-Vida, além de um grupo de religiosos da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Eles se reuniram de mãos dadas e fizeram uma oração em favor da vida e como forma de protesto para a não realização do procedimento.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que segue a legislação vigente em relação à interrupção da gravidez (quando não há outro meio de salvar a vida da mulher, quando é resultado de estupro e nos diagnósticos de anencefalia), além dos protocolos do Ministério da Saúde (MS) para a realização do procedimento, oferecendo à vítima assistência emergencial, integral e multidisciplinar. “Em relação ao caso citado, é importante ressaltar, ainda, que há autorização judicial do Espírito Santo ratificando a interrupção da gestação. É importante reforçar, também, que o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE) é referência estadual nesse tipo de procedimento e de acolhimento às vítimas.

Por fim, ratifica-se que todos os parâmetros legais estão sendo rigidamente seguidos”.