Por João Alberto Costa Faria, em artigo enviado ao blog A crise na saúde causada pela pandemia do coronavírus transformou a forma de viver de toda a humanidade neste 2020.

Tudo ficou mais difícil!

Tivemos que mudar até o formato de encontrar pessoas queridas, abolindo apertos de mãos, beijos e abraços, que passaram a ser um perigo para todos.

O isolamento social imposto pela pandemia trouxe imensos prejuízos para todos, desde a carência nas relações sociais até a parada completa de vários setores econômicos e a consequente e trágica perda de empregos de milhões de pessoas ao redor do mundo.

No Brasil, diante das dificuldades econômicas causadas pela crise sanitária, estabeleceu-se uma espécie de conflito entre a Saúde e a Economia, exacerbando ainda mais a polarização política vigente desde o embate eleitoral de 2018.

A politização da doença tornou o Brasil um país com perspectivas sombrias diante do mundo.

Sem uma coordenação nacional, a doença se interioriza, as mortes se multiplicam e o Brasil é a imagem da incompetência e do descaso com o maior desafio humano após a segunda guerra mundial.

Os números são extravagantes, a tragédia é imensa!

Neste início de agosto atingimos a marca macabra de 100.000 mortos, com a perspectiva de dobrar esse número nos próximos 3 meses, pois mais de 1.000 brasileiros morrem todos os dias pela doença.

Esse número poderia ser ainda muito maior, não fosse a iniciativa de muitos governadores e prefeitos, que em seus estados e municípios resolveram adotar as medidas necessárias e urgentes, em contraponto ao governo federal cujo presidente não reconhece a gravidade do problema e estimou a morte de menos de 800 brasileiros pela COVID-19.

Erro gravíssimo, que certamente contribuiu para muitas mortes que poderiam ter sido evitadas, mas que não trouxe qualquer efeito econômico relevante.

Na contramão do Brasil, os estados e municípios que se anteciparam e criaram a estrutura necessária para o enfrentamento da emergência sanitária, começam a colher os resultados do trabalho na Saúde, com impactos positivos na economia. É o caso do Recife, capital que mais atuou no enfrentamento do problema e hoje começa a retomar atividades, respeitando as orientações da ciência e avaliando cotidianamente cada passo, comprovando que cuidar da saúde não trava a economia, mas estabelece as bases para a retomada das atividades, inclusive do investimentos público gerador de empregos e de serviços em favor de quem mais precisa.

João Alberto Costa Faria é economista e presidente da URB-Recife