Entre as matérias com discussão prevista para o segundo semestre, a reforma tributária é a que os deputados reputam maior chance de aprovação, segundo pesquisa conduzida pela XP Investimento junto aos congressistas.
Foram ouvidos 146 deputados, com representatividade da composição da Câmara, entre 20 e 31 de julho.
Para 56% deles, a reforma tributária tem alta chance de aprovação na Câmara e no Senado até o fim de 2020.
Em seguida, aparece o Renda Brasil, a que 42% dos consultados atribuem chance alta de se transformar em norma até o fim do ano.
Excluídos os deputados de partidos de oposição, o percentual da reforma tributária cresce para 59%, e o do Renda Brasil cai para 40%.
Considerando os detalhes de cada proposta, os deputados se dizem mais favoráveis a uma unificação de PIS, Cofins e IPI, como proposto pelo governo federal (77%), do que a uma unificação mais ampla, que inclua também ICMS e ISS (59%), como previsto na PEC 45.
Outros dois temas que aparecem na discussão da reforma tributária, a tributação de dividendos com redução de imposto de renda de pessoa jurídica é apoiada por 57% (56% no grupo que não faz parte da oposição), enquanto a criação de um imposto sobre transações tem apoio de 20% (15% na parcela de deputados que exclui oposição) – a fatia sobe a 32% se os recursos forem usados para a desoneração da folha ou para o benefício do Renda Brasil (33% sem considerar a oposição).
Nesse tema, 53% dos deputados que não são de oposição avaliam que o programa deve ser financiado pelos recursos de outros programas sociais que seriam encerrados.
Outros 16% avaliam que as despesas do Renda Brasil deveriam ser excluídas do teto de gastos.
Destaque para o dado de que 56% dos deputados que não são oposição disseram defender taxação de fortunas.
No bloco de perguntas fixas, passou de 56% para 61% o percentual dos deputados que não são oposição que consideram a relação com o governo boa ou ótima.
Nesse grupo, a avaliação positiva sobre atendimento de demandas saltou de 44% para 52%.
Os deputados foram questionados também sobre a influência das eleições municipais no ritmo de trabalho da Câmara.
Para 23%, a alteração se dará a partir de setembro; para 39%, a diminuição do ritmo acontece a partir de outubro, e para 18%, a partir de novembro.
Outros 19% avaliam que o ritmo não será afetado pelas eleições.