Paulo Rubem Santiago escreveu uma nota oficial para responder ao PSOL Nacional, que corroborou a decisão local de não ter candidatura própria e possivelmente se aliar a Marília Arraes.

O PSOL deve oferecer um vice na disputa. “Nossa posição está na nota.

Quem precisa se explicar agora são os dirigentes do PSOL que aprovaram aliança com o PT para se fazer um campanha CONTRA os governos do PSB … só que os diretórios do próprio PT afirmam que a campanha não fará oposição ao PSB”.

Veja os termos do ex-deputado federal na contenda, abaixo.

No último sábado (07) o diretório nacional do PSOL se reuniu para debater a conjuntura e questões relativas à intervenção do partido nas eleições municipais de 2020.

Entre as questões presentes na pauta, estava um recurso apresentado por nós, solicitando que a decisão que impediu realização de prévias ou consulta à base do PSOL no Recife fosse revisada, reestabelecendo as condições para um debate democrático nos marcos do que o estatuto e as resoluções partidárias previam.

De todas as decisões tomadas nas cidades em que o PSOL está organizado, este foi o único recurso apreciado pelo diretório nacional do PSOL.

Consideramos que ao apreciá-lo, o diretório nacional reconheceu que o impasse produzido pelo inédito formato de escolha de candidatura do PSOL Recife precisava de um parecer daquela instância.

Ao analisar o recurso, 28 membros do diretório nacional concordaram com a nossa tese, isto é, de que o processo deveria ser refeito por existirem conflitos entre o procedimento da maioria de 1 voto do diretório de Recife, o estatuto do PSOL e as resoluções aprovadas anteriormente.

Contudo, uma maioria de 35 membros entendeu que o recurso deveria ser rejeitado, sendo esta a decisão aprovada.

Seguimos discordando do ineditismo metodológico que quatro votos no diretório municipal do PSOL Recife inauguraram.

Acreditamos que este caminho fragilizou o nosso partido, levando parte de sua militância a questionar se a democracia e a real participação popular são valores que defendemos apenas da porta pra fora.

Entendemos que o conflito entre a decisão como foi tomada e trajetória do PSOL Recife segue existindo.

Contudo, reconhecemos que o diretório nacional do PSOL chamou para si a responsabilidade de validar o texto aprovado em 07 de julho.

Não pretendemos fazer oposição àquela instância.

Compreendendo que a resolução aprovada no diretório municipal do PSOL Recife será norteadora da construção de nossa tática eleitoral, mantendo a discordância com o método de sua aprovação, destacamos elementos de concordância política com aquele documento.

Concordamos que a tática mais acertada para o Recife é a construção de uma aliança com partidos de esquerda.

Concordamos também que esta aliança deve visar a consolidação de um campo contra a gestão local do PSB e de frontal oposição ao Bolsonarismo.

Partindo destes dois elementos de concordância, caberia então questionar: como consolidar uma aliança que atenda ao critério do PSOL - de ser contra a gestão do PSB - com partidos organicamente vinculados a esta gestão, presentes em cargos de primeiro escalão como as secretarias de governo?

A resolução do Partido dos Trabalhadores que acolhe a candidatura de Marília Arraes afirma a permanência no governo do PSB de seus quadros partidários.

Afirma também que tal candidatura não fará oposição ao PSB.

Não estaria esta posição distante daquela aprovada pelo PSOL, agora reconhecida pelo nosso diretório nacional?

Enquanto aliados históricos para o PSOL como PCB e Unidade Popular anunciaram a construção de uma frente de esquerda com objetivo de combater o bolsonarismo sem abrir mão de uma construção programática própria no 1º turno, a opção do PSOL tem sido a da “consolidação de um campo contra a gestão local do PSB” liderado por uma das forças governistas.

Do nosso ponto de vista, PSOL, PCB, UP, e mesmo o PSTU, atendem a um critério comum relevante para identificar se um partido é de oposição ao PSB: não participarem do governo de Geraldo Julio.

Entendemos que o PSOL deve se debruçar sobre estas questões se quiser de fato construir aquilo que anuncia: uma frente que seja efetivamente de esquerda.

Que realize uma dupla oposição: ao bolsonarismo e ao governo do PSB e seus aliados. É com este entendimento que continuaremos participando dos processos de discussão pública e coletiva sobre a tática eleitoral do PSOL até a realização de sua convenção municipal.