Por André Eler, da BITES Na busca de agentes digitais em condições de amplificar mensagens da agenda bolsonarista e fustigar adversários, os aliados do presidente da República passaram a ajudar a ministra Damares Alves na sua estratégia de combate a pedofilia, ao mesmo tempo em que acusam falsamente figuras públicas que de alguma forma se opõem ao governo.
Reportagem publicada hoje no UOL apontou esse movimento dos bolsonaristas.
BITES recuperou os posts da ministra desde o ano passado – e, de fato, a ministra aumentou a frequência do tema desde maio.
No Facebook, ela havia comentado sobre pedofilia ou pedófilos 6 vezes desde o início de 2019.
Desde maio, publicou outras 11 vezes.
No Instagram, a ministra tinha falado 9 vezes do assunto.
Desde de maio foram 11.
No Twitter, Damares não tinha comentado sobre pedofilia desde julho de 2019 até abril.
Desde maio, falou sobre o assunto 7 vezes.
Um dos marcadores de como a pauta realmente se intensificou no governo foi um tweet do presidente Jair Bolsonaro, de 14 de julho, exaltando o trabalho de Damares, enquanto acusava falsamente a esquerda de tentar descriminalizar a pedofilia.
No fim do mês, foi a vez de Eduardo Bolsonaro elogiar a ministra e revelar que o governo estava intensificando a agenda (t.ly/fDoN).
Das dez notícias com mais interações mencionando pedofilia desde junho, oito foram publicadas por sites bolsonaristas: Pleno News, Jornal da Cidade Online, Diário do Brasil e Opinião Crítica.
O artigo de maior repercussão foi um post que acusava Felipe Neto e seu irmão, o também youtuber Lucas Neto, de fazer apologia da pedofilia.
Teve 263 mil interações no Facebook e Twitter (t.ly/BkHg).
Foi em 9 de julho e ajudou a impulsionar Damares como uma solução para enfrentar o problema.