Com informações de José Matheus Santos, repórter do blog O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) anunciou nesta quarta-feira que é pré-candidato a prefeito do Recife, conforme o blog antecipou.

O pedetista disse que faz parte de uma frente nacional e que não vê chance de composição com o PSB no Recife.

Caso mantenha a postulação até o pleito, o pedetista irá enfrentar o deputado federal João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos e virtual candidato do PSB na capital pernambucana.

A deputada federal Marília Arraes, do PT, também tenta viabilizar sua participação na disputa como candidata, mas enfrenta resistência interna no partido, dividido entre a candidatura própria ou aliança com os socialistas.

LEIA MAIS: > Em encontro, Túlio Gadêlha confirma a aliados pré-candidatura a prefeito do Recife > Ciro Gomes reforça candidatura de Túlio Gadêlha a prefeito do Recife, mas defende diálogo com o PSB > Túlio Gadelha pede que PDT entregue cargos na PCR e impõe condições para continuar candidato > Túlio Gadêlha é muito melhor que Marília Arraes, diz Carlos Lupi O lançamento de Túlio ocorreu em entrevista coletiva de imprensa, no bairro de Santana, na Zona Norte do Recife.

Túlio esteve ao lado de aliados e pré-candidatos a vereador, como Adriana Rocha e Pedro Josephi.

Nesta quarta, Túlio Gadêlha disse que conversou com o ex-candidato a presidente Ciro Gomes antes desse lançamento e que o ex-governador cearense apoiou e estimulou a decisão da candidatura própria no Recife. “Temos todas as garantias.

Temos que ter independência, temos um projeto para o Recife e não podemos ficar a reboque de outras cidades (Caruaru, terra do deputado federal Wolney Queiroz, presidente do PDT no Estado e favorável a uma aliança com o PSB)”, observou. “Acabou esse tempo de ganhar por WO”, ironizou, acusando o PSB local de sabotar candidaturas do mesmo campo no Recife, de modo a manter a hegemonia.

O pré-candidato fez crítica ao PSB por ter declarado neutralidade nas eleições de 2018 que culminaram na eleição de Bolsonaro.

Nas falas, o pedetista defendeu que Marília Arraes, do PT, seja candidata, mas sobre composição com Marília ele reafirmou que o PDT terá candidato próprio.

O repórter José Matheus Santos apurou que Túlio tem diálogo avançado com a Rede Sustentabilidade e, se Marilia Arraes não for candidata, ele espera apoio do PSOL local.

Segundo apurou a reportagem, pesa a favor de Túlio a proximidade que o deputado em Brasília tem com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos mais influentes da Rede no âmbito nacional.

Na coletiva de imprensa, os pedetistas também fizeram várias críticas ao PSB, com críticas à mobilidade e desigualdade social.

Ele defendeu a chapa de vereadores do partido como “a mais completa” e disse que já tem até um time de secretariado já formado.

Sobre propostas, não falou questões concretas e afirmou que vai discutir o programa de governo coletivamente com pré-candidatos a vereador e integrantes de segmentos da sociedade.

Foto: José Matheus Santos/Blog de Jamildo Túlio também é presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Recife.

A coletiva de imprensa teve protocolos de prevenção ao contágio por coronavírus, como distanciamento social, higienização e medidas restritivas de circulação aos profissionais de imprensa, entre outros pontos.

Encontro com aliados O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) se reuniu na última sexta-feira (24) com pré-candidatos do partido a vereador do Recife.

No encontro, Túlio e aliados decidiram pela candidatura própria do partido a prefeito do Recife nas eleições de novembro.

O nome do parlamentar recebeu o crivo dos aliados.

A reunião também contou com participação de pré-candidatos do PDT a prefeito em outras cidades de Pernambuco.

LEIA MAIS: > Ciro Gomes reforça candidatura de Túlio Gadêlha a prefeito do Recife, mas defende diálogo com o PSB > Túlio Gadelha pede que PDT entregue cargos na PCR e impõe condições para continuar candidato > Túlio Gadêlha é muito melhor que Marília Arraes, diz Carlos Lupi Manifesto A maioria dos pré-candidatos do PDT a vereador assinou um manifesto pró-candidatura de Túlio.

Isabella de Roldão, que é pré-candidata a vereadora, não participou do manifesto, que deve ser enviado a Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.

Isabella é defensora da aliança com o PSB e recentemente ocupou a Secretaria de Habitação da Prefeitura do Recife, de onde saiu em abril.

Ao mesmo tempo, Isabella também é cotada para a vice de João Campos, caso a direção nacional do PDT vá de encontro ao comando do partido no Recife e opte pela aliança com o PSB.

LEIA TAMBÉM: » Carlos Lupi diz que não é contra PSB, mas quer alternância de poder no Recife » ‘Túlio Gadêlha é candidatíssimo no Recife’, diz presidente nacional do PDT » Túlio Gadêlha inclui emenda de R$ 126 milhões para metrô do Recife no orçamento da União » Quem é a mulher que Túlio Gadêlha quer ver na cadeira de prefeita de Jaboatão Conversas Na semana passada, o pré-candidato do PSB, João Campos, e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, se reuniram com Carlos Lupi, presidente do PDT Nacional, para conseguir o apoio do PDT.

Anteriormente, a deputada e também pré-candidata a prefeita Marília Arraes (PT) já tinha feito o mesmo movimento.

Nem João nem Marília obtiveram até o momento apoio da sigla pedetista.

No âmbito nacional, as articulações do PDT passam pelos olhos de Carlos Lupi e de Ciro Gomes, que deverá ser candidato a presidente em 2022.

Um dirigente nacional do PDT, que acompanha de perto as articulações, afirmou ao blog nesta sexta-feira (24) que “Túlio Gadêlha só não é candidato se não quiser”. “Se João Campos e Marília querem o PDT na vice, é porque o nosso partido tem que ter candidatura própria”, disse o dirigente, em reserva da fonte.

A maioria absoluta dos pré-candidatos a vereador do PDT é crítica à gestão do PSB no Recife. “Uma aliança com o PSB seria desconfortável para o partido no Recife”, acrescentou o dirigente ouvido pela reportagem.

Mesmo assim, não está descartada a hipótese de Túlio ser retirado da disputa em prol de uma aliança no Recife, sobretudo com o PSB de João Campos, com quem o PDT Nacional tem mais proximidade.

Carlos Lupi (Foto: Leo Motta/JC Imagem) Ao blog, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que “partido existe para ter candidato” e também afirmou que a decisão de Túlio ser candidato depende apenas do deputado.

O presidente do PDT em Pernambuco, deputado federal Wolney Queiroz, é defensor da aliança com o PSB.

Inclusive, a ala de Wolney do PDT tem cargos no governo de Pernambuco, com Alberes Lopes na chefia da Secretaria do Trabalho do Estado.

Ciro Gomes e Wolney Queiroz.

Foto: Reprodução/Instagram O PDT compõe uma frente junto com PSB, Rede e PV.

Nos bastidores, os pedetistas esperam apoio do PSB a Ciro Gomes nas eleições 2022 para a Presidência.

Há temor no PDT Nacional de que, lançando Túlio e eventualmente haja derrota de João Campos, as chances de apoio estejam sepultadas.

Ao mesmo tempo, a cúpula do PDT é reticente em relação a uma reciprocidade do PSB na eleição nacional de daqui a dois anos, pois os socialistas têm proximidade com o PT, alvo de duras críticas de Ciro Gomes. “Numa ameaça eventual para a eleição de Geraldo Julio (potencial candidato) a governador em 2022, o PSB daí de Pernambuco deve pedir ‘socorro’ a Lula e ao PT e dar apoio nacionalmente aos petistas, isolando novamente a gente (do PDT), como fizeram em 2018 com aquela ‘neutralidade’ na disputa presidencial em troca da retirada da candidatura de Marília Arraes a governadora”, disse um dirigente pedetista sob reserva.

Caruaru O deputado estadual José Queiroz será candidato do PDT a prefeito de Caruaru.

Ele tentará voltar a governar a cidade que já comandou por quatro mandatos.

Com Túlio sendo candidato no Recife, a postulação de Queiroz em Caruaru não deverá contar com aval do PSB, que tem o comando da máquina pública no Governo do Estado.

José Queiroz.

Foto: Foto: Acervo JC Imagem