Por André Eler e Manoel Fernandes, da BITES Há quatro anos, 498.302 candidatos a prefeito e a vereador disputaram a última eleição municipal.

Ainda existia algum espaço para campanhas analógicas.

Houve distribuição de santinhos, corpo a corpo em feiras livres e eventos públicos, comícios e um pouco de Internet.

Em 2020 seria diferente a partir do exemplo da eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018, mas a pandemia vai acelerar ainda mais a mudança de comportamento dos políticos.

O Brasil realizará uma eleição sem comícios na qual o candidato que melhor dominar as redes sociais e entender os fluxos da opinião pública digital estará em vantagem em relação aos seus concorrentes.

Diferente de 2016, a disputa deste ano deve reunir quase 1 milhão de candidatos em função da impossibilidade de coligações nas chapas proporcionais, como aconteceu nas últimas eleições.

Nesse contexto, se cada um interessado em ocupar uma cadeira de vereador ou prefeito publicar apenas um post por dia no Twitter, Facebook e Instagram, os eleitores serão impactados com três milhões de mensagens por dia.

O Brasil tem 141,6 milhões de usuários de Internet que se distribuem em centenas de milhões de perfis nas principais redes sociais, como Facebook, Twitter, Instagram e Youtube.

São esses perfis que acompanham as publicações de políticos nas suas contas dentro do universo digital.

Os 513 deputados e 81 senadores, por exemplo, são seguidos por 185,4 milhões de perfis.

Os governadores por 17,5 milhões e os prefeitos por 10 milhões.

Vários desses seguidores se repetem nessas bases, mas esse volume serve de padrão para identificar o desejo da opinião pública digital de acompanhar de perto os movimentos da classe política.

O interesse no Google sobre candidatos dobrou no Brasil nos últimos 90 dias.

Hoje, o tema já é mais procurado que Congresso ou impeachment.

Nos últimos dias, já houve mais interesse por candidatos do que por STF.

As buscas indicam que as pessoas querem saber cada vez mais quem são os candidatos os pré-candidatos a prefeito e vereador – mesmo faltando ainda dois meses para o registro das candidaturas no TRE e um mês para o início das convenções partidárias.

Entre as buscas que mais tiveram ascensão nesses três meses está se Datena será candidato (não será), quais são os candidatos em Goiânia, em Curitiba e em São Paulo.

A indexação no Google e a presença nas redes sociais, será essencial em meio à pandemia, mesmo com o adiamento das datas do calendário eleitoral.