De um lado, o paciente entra em um ambiente especial e coloca sensores vestíveis no corpo.
A quilômetros dali, o médico usa óculos ou headset de realidade virtual e ausculta o seu coração e os seus pulmões, mede sua pressão arterial, examina os ouvidos e as amídalas.
A cena tende a se repetir várias vezes nos próximos anos com o crescimento da aplicação da realidade virtual na medicina após a pandemia, como prevê o professor Anderson Maciel, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE). “Com o isolamento social, o serviço de teleconsultas disparou, diminuindo as restrições de médicos e pacientes a essa modalidade”, pondera.
Agora, a realidade virtual deve a incrementar a telemedicina.
Os recursos tecnológicos da realidade virtual permitem criar a telepresença, segundo especialistas. É a combinação de software, computadores e equipamentos periféricos para criar estímulos sensoriais que possibilitam às pessoas viver experiências em um ambiente onde de fato não estão.
Durante o isolamento social, essa ferramenta poderia, por exemplo, ajudar as pessoas a interagir em salas virtuais com paredes, janelas, portas, objetos e paisagens criadas por elas mesmas.
A aplicação da realidade virtual na análise de tomografias pode contribuir para diagnósticos mais precisos.
Hoje, as imagens obtidas pela tomografia são mostradas em fatias (tomos) na tela do computador em 2D.
Em certos casos, como quando há múltiplas fraturas de crânio, as lesões são muito difíceis de identificar. “Com a realidade virtual, o médico poderá visualizar o crânio em 3D, observando os danos sob vários ângulos, usando o recurso da transparência para exibir apenas o que mais importa”, diz Anderson Maciel.