Por André Eler, diretor BITES, em informe ao blog Por duas vezes, nos últimos 12 meses, Felipe Neto chamou atenção do New York Times.
Em setembro do ano passado, após enfrentar o prefeito Marcelo Crivella, que tentou censurar na Bienal do Rio um livro de temática LGBT, o youtuber apareceu no texto do jornal sobre a polêmica.
O conteúdo alcançou 43.600 interações no Facebook.
Nesta quarta-feira (15), Felipe Neto retornou com um vídeo na seção de opinião criticando o presidente Jair Bolsonaro e pedindo para os eleitores estadunidenses não reelegerem Donald Trump na eleição de novembro.
Até às 20h30, o conteúdo era o 11º mais compartilhado do jornal entre 740 publicados nas últimas 24 horas.
No Brasil, 122 textos publicados em sites da mídia clássica trataram do assunto e alcançaram 101 mil interações.
Mesmo com os bons números e a comemoração da oposição ao presidente Bolsonaro, as menções a Felipe Neto ou RTs a posts dele, nesta quarta, somaram 125,3 mil tweets até as 18h.
O número está bem abaixo, ainda, dos três picos do Youtuber no ano. • 340 mil tweets, em 19 de maio, repercutindo a presença programa no Roda Viva. • 319 mil tweets, em 16 de março, quanto ele repercutiu vídeo endossando Gabriela Priolli, jornalista que defendia pautas contra o governo em debate na TV, em comentário crítico a Bolsonaro. • 330 mil tweets em 3 de janeiro, quando na tensão diplomática entre EUA e Irã, ele passou a criticar Donald Trump e a resposta pró-EUA de Jair Bolsonaro.
A chegada de Felipe Neto ao jornal estadunidense alçou o youtuber a um patamar que poucos personagens no Brasil conseguiram nos últimos tempos.
A conta da editoria de opinião do New York Times no Twitter republicou o vídeo de Felipe Neto seis vezes.
Em uma delas, recebeu um RT da conta principal do jornal – que atinge 46,9 milhões de seguidores.
Só no Twitter, o vídeo de Felipe Neto foi visto 2,1 milhões de vezes.
Nesta quarta-feira (15), Felipe Neto foi elogiado por jornalistas, como Guga Chacra, Daniel Rittner e Sérgio Xavier Filho, pelos advogados Augusto Arruda Botelho e Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, por Glenn Greenwald, jornalista conhecido nos EUA, que aproveitou o conteúdo em inglês para atacar Bolsonaro, e por políticos de esquerda, como Manuela D´Ávila (PCdoB), candidata a vice contra Bolsonaro em 2018.
Ao mesmo tempo, atraiu a ira dos bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli, o colunista Rodrigo Constantino e o neobolsonarista Roberto Jefferson.
No final do ano passado, matéria do “Estadão” com análise da Bites já mostrava que o presidente Jair Bolsonaro tinha em Felipe Neto um de seus principais adversários nas redes sociais, justamente o campo que levou Bolsonaro à presidência e onde ele ainda não tem muita dificuldade em vencer batalhas virtuais contra a oposição de esquerda tradicional.