O deputado Marcos Pereira, primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, defendeu, durante a ‘Live JR’ da Record, a manutenção das datas previstas para a realização das eleições municipais afirmando que não há evidências de que o cenário da pandemia do covid-19 venha a melhorar em 40 dias. “A prorrogação do mandato é inconstitucional e fere a essência da democracia”, segundo ele.

O deputado sugeriu o voto facultativo a pessoas acima dos 60 anos e pertencentes aos grupos de risco.

Sobre um acordo partidário para a eventual mudança de datas, o deputado comentou que na Câmera não há consenso. “Percebo que há um desejo do presidente da Câmara e do Senado a pautar e votar pelo adiamento.

No Senado há quórum possivelmente.

Na Câmara tem mais uma resistência.

Alguns partidos têm ampla maioria para manter as eleições em outubro”.

O deputado defendeu ainda “uma campanha virtual, mais barata e mais limpa”.

Perguntado se o Parlamento arcaria com a acusação de empurrar pessoas para o risco de contaminação, ele ponderou: “Nós não somos intransigentes, mas é necessário ter provas científicas e técnicas”.

Questionado se pretende disputar a presidência da Câmara no ano que vem, Marcos Pereira afirmou que seria natural e que seu nome sempre é lembrado. “Essa agenda ainda não está em debate.

Se tivermos uma Aliança, vou me articular para tentar este feito” .

O deputado criticou o sistema tributário, mas afirmou que não tem como debater a Reforma Tributária de forma virtual. “O Sistema Tributário é um manicômio e ele precisa ser debatido urgentemente”.

A respeito da disputa entre os Poderes na República, Marcos Pereira comentou. “É um momento delicado e difícil, tenho trabalhando para apaziguar os ânimos”.

Frente ao cenário de crise, o deputado considera a resposta do Parlamento adequada. “Logo que a OMS decretou a pandemia, aprovamos o estado de calamidade, medida que deu ao Poder Executivo a possibilidade de atuar contra a covid-19.

A discussão do auxílio emergencial nasceu no Parlamento”.

Entre as propostas votadas pela Câmara neste período, ele destacou as duas medidas aprovadas ontem uma delas permite aos estudantes que tem o FIES a possibilidade não efetuar ou postergar o pagamento de suas dívidas, e a outra se refere a permissão da Telemedicina.

Diante do cenário de recessão, o deputado destaca que o Governo precisa ser um indutor na retomada da economia. “A recessão é profunda e podemos chegar a uma depressão econômica”.

O deputado afirmou que houve uma redução de 95% na receita das empresas do setor aéreo e previu cerca de 30 milhões de desempregados. “Não estou vendo, com todo respeito que tenho pelo ministro Paulo Guedes, nenhum plano de retomada.

No meu ponto de vista é preciso que o Governo se preocupe com isso”.

Segundo o deputado o Governo precisa retomar obras de construção civil, como infraestrutura, e políticas como “Minha Casa Minha Vida”.

Na segunda-feira (22), às 14h, o convidado da ‘Live JR’ será Marco Aurélio de Mello, ministro do STF.

O programa deve abordar a tensão entre o Governo e o STF, o inquérito das fake news, a relação entre Forças Armadas e o Governo, entre outros assuntos.