Os dois pernambucanos, o deputado federal João Campos e o presidente da Fundaj, Antônio Campos, parentes, tio e sobrinho, no passado recebte trocaram intensas farpas em episódio na Câmara dos Deputados, no ano passado, em meio a uma discussão sobre educação no Brasil promovida pelos parlamentares.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou hoje que deixará o cargo.
A confirmação foi dada em um vídeo publicado por Weintraub, em que o ministro aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
O nome do substituto ainda não foi informado. “Venho agradecer, em meu nome e da equipe que dirige atualmente a FUNDAJ, o apoio que sempre tivemos do Ministro Abraham Weintraub.
As recomendações que sempre tivemos dele foram de servir ao Brasil com trabalho e honestidade.
Construí com ele uma amizade de respeito e lealdade.
Tenho convicção que terá êxito em sua nova missão.”, escreveu Antonio Campos. “A especulada saída do ministro Abraham Weintraub do Ministério da Educação, por si só, deveria ser motivo de comemoração.
Ele usa sua ideologia para comandar a pasta e atua sem subordinação.
O seu desempenho no MEC é um escárnio para a democracia brasileira.
Por isso, já apresentamos um pedido de impeachment de Weintraub.”, escreveu João Campos, antes mesmo da consumação da queda.
Depois da demissão de Weintraub, nesta quinta-feira, o deputado do PSB disse ser preciso focar nos desafios que vêm pela frente. “O terceiro ministro da Educação de Bolsonaro promete ser uma triste extensão da era de Velez e Weintraub.
Carlos Nadalim, atual Secretário de Alfabetização do MEC, é mais um Olavista que assume o ministério por mero alinhamento ideológico e promoção de políticas duvidosas como a Educação domiciliar”. “Fica claro que Bolsonaro não quer um MEC que trabalhe por um ensino de qualidade, mas para impor sua ideologia pessoal na educação brasileira.
Como coordenador da Comissão Externa de Acompanhamento dos Trabalhos do MEC, na Câmara dos Deputados, asseguro que iremos redobrar a fiscalização das ações do Ministério. #DeOlhoNoMEC”, escreveu o desafeto do ministro no PSB, que chegou a ter um sério embate na Câmara dos Deputados com o então ministro.
O deputado federal Silvio Costa Filho também repercutiu. “A demissão do ministro Abraham Weintraub foi uma decisão tardia, mas acertada.
Infelizmente, enquanto esteve à frente da Educação, ele não apresentou nenhuma pauta educacional e pedagógica para o país.
O que se viu foram crises permanentes com todos os setores da educação do BR”.
Weintraub permaneceu no posto por 14 meses.
No período, acumulou desafetos e disputas públicas com diversos grupos sociais – entre eles, a comunidade judaica e a representação da China no Brasil, além de defender a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em reunião ministerial do dia 22 de abril.
Os estudantes em associação nacional divulgaram também nota comemorando a queda. “QUEDA DE WEINTRAUB É VITÓRIA DOS ESTUDANTES” Com pouco mais de um ano no comando do Ministério da Educação, Abraham Weintraub conseguiu se consagrar como pior Ministro da história.
Retirou recursos da educação, ofendeu as universidades públicas, ignorou os debates sobre o FUNDEB, atacou a autonomia universitária e transformou o MEC numa verdadeira ferramenta ideológica bolsonarista, por isso ganhou a ira e o repúdio de toda a comunidade da educação: estudantes, professores, técnicos e cientistas.
A queda de Weintraub é resultado da resposta dos estudantes que foram às ruas aos milhões no ano passado no Tsunami da Educação, é fruto da luta daqueles que não aceitam ataques à democracia e à constituição, e é sobretudo um recado para esse governo: não aceitaremos nenhum projeto que ataque a nossa educação.
Seguiremos atentos à nomeação do próximo ministro e sabemos que se as mesmas ideias se mantiverem a troca de representantes não significará uma melhora.
Mas Bolsonaro perdeu o seu Ministro mais fiel e um ferrenho defensor de sua agenda ideológica, por isso essa nossa conquista representa uma enorme derrota ao governo.
Seguiremos atentos com o que vier.
Reforçamos que o debate sobre o adiamento do ENEM precisa passar por uma discussão mais profunda, e não apenas por uma enquete.
Reafirmamos nosso compromisso com a defesa de uma educação de qualidade para todos brasileiros e todas brasileiras, uma educação que sirva para reduzir desigualdades e alcançar uma sociedade mais justa, e rejeitaremos qualquer ministro e projeto que se contraponha a isso.
ANPG - Associação Nacional dos Pós-graduandos UNE - União Nacional dos Estudantes UBES - União Brasileira dos Estudantes Secundaristas .