Pelas redes sociais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub anunciou a saída do governo. “Agradeço a todos de coração, em especial ao Presidente @jairbolsonaro.
O melhor Presidente do Brasil!
LIBERDADE!” Ele gravou a despedida em um vídeo ao lado do presidente Bolsonaro.
O ministro deve deixar o cargo nos próximos dias, mas não foi anunciado ainda o nome do substituto.
A saída do ministro era esperada desde o começo da semana, depois que Bolsonaro criticou a participação do ministro em uma manifestação no DF contra o STF, com apoiadores do presidente.
Com o nome envolvido no inquérito das Fake News do STF, o nome do ministro gerou polêmica ao aparecer em um vídeo da reunião presidencial de abril chamando os ministros do STF e parlamentares de vagabundos e afirmando que mereciam ser presos.
Danilo Cabral diz que novo ministro deve priorizar educação Com a saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) diz esperar que o novo ministro tenha como foco a educação e não o tensionamento com as instituições e as comunidades acadêmica e escolar.
Além disso, procure resgatar o papel do MEC na promoção de uma educação pública de qualidade, buscando a integração da União, estados e municípios. “Em 18 meses de governo, esperamos que o novo ministro seja alguém que cuide verdadeiramente da educação brasileira.
Os dois antecessores não cumpriram o papel de quem deveria conduzir a policia de educação do país”, criticou Danilo Cabral.
O deputado diz esperar que o novo nome busque colocar a educação como um valor central no desenvolvimento do Brasil. “Agora, quando vivenciamos as consequências da Covid-19 para o país, mais do que nunca, é fundamental termos um ministro que defenda a educação como uma saída estratégica para a reconstrução do Brasil”, afirmou.
Danilo Cabral também defende que o novo ministro reposicione o Plano Nacional da Educação (PNE) como o grande norteador da política de reconstrução do país. “É preciso termos alguém que lute para viabilizar mais recursos para a educação pública brasileira, faça um trabalho integrado e articulado com governadores, prefeitos, universidades, estudantes, trabalhadores da educação, e promova um grande entendimento nacional pela causa da educação”, completou o parlamentar.
Segundo Danilo Cabral, Abraham Weintraub ocupou o cargo apenas para criar tensionamento no ambiente da educação brasileira.
O ex-ministro buscou fazer um debate de valores, tensionar a relação com professores, alunos e entidades ligadas à educação. “Sem falar que demonstrou ser um péssimo gestor.
Ele sequer conseguiu investir os recursos - R$ 1 bilhão - oriundos da Lava-Jato destinados ao MEC.
Aliás, foi o primeiro ministro da história que foi contra o aumento de investimentos na área”, alfinetou.
Danilo Cabral lembrou outros episódios desastrosos da passagem de Weintraub pelo Ministério da Educação, como o Enem de 2019, que foi alvo pela primeira vez de vazamento de informações e a condução das discussões da prova neste ano, com o adiamento da data ocorrendo após muita pressão da sociedade.
Por essas e outras, o deputado é autor dos pedidos de impeachment do ex-ministro no Supremo Tribunal Federal e na Câmara Federal, protocolou representações contra ele no Conselho de Ética da Presidência da República e no Ministério Público Federal, além de ter feito convocações em Plenário e na Comissão de Educação. “Agora, precisamos olhar para frente”, diz.
Para Danilo Cabral, um dos desafios imediatos do novo ministro será o planejamento para a retomada das aulas presenciais em todo país.
De acordo com o deputado, integrante das comissões de Educação e de Acompanhamento da Volta às Aulas, é urgente a aprovação do plano emergencial para a educação (projeto de lei 3165/2020), que destina R$ 31 bilhões para a área.
Os recursos recompõem o impacto da perda da arrecadação na educação. “O novo ministro também deve participar mais ativamente das discussões sobre o novo Fundeb (Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que deve entrar na pauta da Câmara dos Deputados nas próximas semanas”, opina Danilo Cabral.
O Fundeb é o principal instrumento de financiamento da educação pública do Brasil e expira no final deste ano.
Atualmente, 10% do dinheiro do fundo vêm da União.
A proposta defendida na comissão especial, da qual o deputado é vice-presidente, estipula que esse percentual suba para 20% até 2026.