Em entrevista ao Brasil 61, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroudi, afirmou que as eleições municipais previstas para ocorrerem este ano não é uma boa ideia.
De acordo com ele, o Brasil ainda não estará totalmente livre dos efeitos causados pelo novo coronavírus, sobretudo em relação à saúde da população.
Com a exposição de milhares de brasileiros que podem ir às urnas, mesmo que no mês de dezembro, pode haver o desencadeamento de uma nova onda de elevação de casos da Covid-19 no País. “146 milhões de brasileiros deverão ir às urnas este ano.
Nós temos mais de cinco milhões de pessoas que vão trabalhar no dia da eleição.
O TRE liberou as convenções por videoconferência, só que mais de mil municípios no Brasil não possuem sinal de internet e em outros tantos o sinal é ruim.
Então, quem propõe convenções ou eleições virtuais no Brasil, me perdoe, mas está desconectado com a vida real”, avalia Aroldi.
O ministro do Supremo Tribunal Federal e novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, ocupa o centro do Roda Viva nesta segunda-feira (15/6).
Ele acaba de assumir o TSE e deve falar deste tema no programa.
Em Pernambuco, João Campos comentou o problema, em entrevista no interior.
Quando questionado sobre a possibilidade de adiamento das eleições, o deputado federal e pré-candidato a prefeito do Recife, João Campos (PSB) afirmou que o foco neste momento é de salvar vidas no enfrentamento ao novo coronavírus e que ainda é cedo para confirmar se haverá ou não adiamento do pleito municipal deste ano. “Acho que o foco hoje é a gente poder salvar vidas e ajudar as pessoas a atravessar esse momento.
Acho que a eleição está em segundo plano.
O processo democrático é importante, agora eu defendo que ele seja feito quando não tiver restrições de movimentação social”, afirmou, em participação ao programa Cidade em Foco.
Para o deputado, o contexto da pandemia não é propício para a realização de uma eleição. “Não tem sentido você fazer uma eleição sem poder as pessoas se cumprimentarem na rua, sem puderem se falar e se encontrar.
Então, eu acho que a eleição só deve acontecer quando a normalidade estiver restabelecida.
Ainda é cedo para a gente saber se é possível ou não fazer esse ano”, afirmou.