Por Marcos Roberto Moura Dubeux, em artigo enviado ao blog O Dia da logística é comemorado em 6 de junho, em homenagem àquela que é considerada a maior operação logística da história, o desembarque das forças aliadas na Normandia (França) durante a 2ª Guerra Mundial, imortalizando a data como o “Dia D”.

A primeira aparição, entretanto, data da antiguidade, quando os líderes militares, responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra, receberam o nome de Logistikas, mas a verdadeira consciência do setor como ciência originou-se no corpo dos fuzileiros navais americano, quando mesclou tática e a estratégia da “Arte da Guerra”.

Durante a maior crise de saúde pública de todos os tempos, por conta da pandemia do novo coronavírus, a população sentiu a segurança no abastecimento, ficando clara a evolução do setor em meio ao caos e a robustez da infraestrutura das plataformas multimodais.

Proteger os colaboradores dentro dos centros de distribuições é tão importante quanto em qualquer setor essencial da economia.

Trata-se do suporte para o abastecimento dos hospitais, supermercados, indústrias e comércio.

E essas operações precisam ser saneadas para evitar que a cadeia seja contaminada.

A infraestrutura logística foi desafiada nessa crise da covid com funcionamento de 24/7, respondendo sem comprometer o tempo de entrega das mercadorias, forçando as empresas a serem cada vez mais responsivas, atendendo com rapidez as mudanças, a necessidade da população e os gostos dos consumidores.

Nesse estado de “guerra”, ficou evidenciada a força da posição geográfica de Pernambuco e sua tradicional vocação para a logística.

O Porto de Suape encerrou o primeiro trimestre deste ano com a maior movimentação da sua história.

O Aeroporto dos Guararapes também teve recorde de movimentação de cargas, mas o transporte aéreo ficará ainda mais caro em função do derretimento do total da malha de voos de passageiros (hoje em 8,5% do total antes da pandemia) para servir de “barriga”, o que forçará a migrar para outros modais.

Diante deste contexto, vale destacar a urgência de tirar do papel o Arco Metropolitano para aliviar o transporte rodoviário, além do absurdo histórico e social da situação da malha ferroviária no século 21 com ares do século passado.

A Transnordestina deve ser uma prioridade deste e de qualquer outro governo.

Até agora, a pandemia não lançou tendências novas no setor, mas acelerou e amadureceu algumas situações.

Reuniões via videoconferência vão diminuir o tráfego aéreo e as compras online aumentarão a necessidade por mais infraestrutura logística no Brasil como armazéns, pátios e ativos logísticos.

Essa expansão, porém, só deverá arrefecer quando a tecnologia de impressão 3D de todo tipo de mercadoria vire uma realidade e tudo mude outra vez.

Até lá, é preciso aproveitar o momento com empatia, engajar em cooperações globais, incentivar o mercado local e realizar uma grande “operação logística” para a retomada da economia.

Marcos Roberto Moura Dubeux é empreendedor e diretor-presidente da CONE S/A