O ex-ministro Mendonça Filho, possível candidato do Democratas nas eleições do Recife, afirmou, nesta sexta-feira que a nota técnica enviada pela Agência de Nacional de Vigilância Sanitária para o Ministério Público Federal, informando que os 500 respiradores pulmonares comprados pela Prefeitura do Recife não podem ser utilizados em humanos e não tem autorização para ser vendido no País “comprovam a gravidade das denúncias feitas por ele ao Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União”.

Caso Juvanete.

Anvisa diz que empresa estava proibida de comercializar respiradores. ‘Não pode ser utilizado em humanos’ “A nota técnica enviada pela Anvisa para a Polícia Federal mostra total descaso da gestão Geraldo Júlio com a saúde das pessoas.

Comprar equipamento só testado em porcos e proibido de comercializar para humanos é inaceitável.

Um crime contra a vida”, afirmou.

Mais cedo, a própria PCR havia comentado a nova informação no processo. “A Prefeitura do Recife informa que aguardava a homologação da Anvisa para uso dos equipamentos.

Como não houve a homologação, o contrato com a empresa foi cancelado e o valor pago (R$ 1,075) foi integralmente devolvido à gestão municipal, portanto, não há risco de prejuízo aos cofres públicos.”, declarou a gestão municipal.

Mendonça manteve-se no ataque e disse que a gestão da pandemia pelo Governo do Estado e pela Prefeitura “é desastrosa e coloca em risco a vida das pessoas”. “Já são mais de 90 dias de crise na saúde, que continua com leitos fechados nos hospitais de campanha por falta de equipamentos como respiradores.

A Prefeitura do Recife continua atrapalhada na compra de outros respiradores.

O distrato do contrato e a devolução relâmpago do dinheiro, para se livrar das investigações, não anulam os atos irregularidades, nem a falta de compromisso com as pessoas que aguardam leito de UTI ou que deixaram de ser salvas por falta de assistência à saúde".

MPCO denuncia supostas irregularidades na compra de 500 respiradores no Recife. ‘Falsidade ideológica, peculato, lavagem e fraude’.

Prefeitura rebate Mendonça Filho também disse que denunciou o contrato com a Juvanete Barreto Freire aos órgãos de controle e fiscalização, por causa do perfil da empresa - capital social de R$ 50 mil, criada há sete meses e o comércio de produto veterinário como atividade principal - e o gritante desencontro de informações nos sites da Prefeitura do Recife, como valores diferentes, contratos com páginas faltando. “Desde que a denúncia veio à tona, o caso teve vários capítulos como a de que os respiradores não tinham aval da Anvisa, não foram testados em humanos e estavam em fase experimental em porcos.

A Prefeitura anunciou o cancelamento da compra dos respiradores em tempo recorde.

Em menos de 24 horas fizeram o destrato e a devolveram 35 ventiladores pulmonares ao representante da empresa no Recife”.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal na Operação Apneia.