O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Pernambuco, que mede a percepção que os empresários do comércio têm sobre o nível atual e futuro de propensão a investir em curto e médio prazo, mostrou redução pelo terceiro mês seguido, com uma redução ainda mais intensa do que a verificada entre março e abril, atingido queda mensal de -28,9%, saindo de 103,9 para 73,9 pontos.
Esta é a maior queda mensal da série histórica e reflete o cenário crítico que vive o empresário pernambucano.
Além disso, é a menor confiança desde maio de 2016, quando o indicador estava em 72,5.
O indicador voltou a zona de avaliação negativa, abaixo dos 100 pontos, o que não era verificado desde julho de 2018.
O recuo ainda é maior quando se compara com o mesmo período de 2019, com variação negativa de 34,3%, mas é importante lembrar que a conjuntura no segundo trimestre do ano passado era bem diferente, pois era o início do governo Bolsonaro e as perspectivas da realização de reformas importantes estavam bem positivas.
O mês de maio foi o segundo com as restrições aplicada em sua totalidade, dando continuidade ao comportamento conservador dos empresários.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estimou uma queda no faturamento superior a R$ 125 bilhões em 10 semanas no comércio brasileiro, em Pernambuco a queda alcança a cifra de R$ 6 bilhão para o mesmo período.
No turismo os números representam a continuidade da paralisação do setor pernambucano, com a movimentação de aeroportos ainda muito fraca, além da demanda por voos e hospedagens apresentarem taxas minúsculas, dando assim uma redução quase R$ 2 bilhões neste período de combate à epidemia.
Quando se analisa as avaliações dos empresários, verifica-se que todas as avaliações mais uma vez apresentaram recuo, com as maiores quedas, conforme esperado, naqueles que medem as condições atuais da economia, da empresa e do setor de comércio, atingindo em maio recuo de -37,3%.
Segundo os empresários, além das condições correntes, as expectativas da economia brasileira e do setor do comércio são as que mais conseguem deteriorar a confiança local, impondo aos estabelecimento locais uma período extremamente crítico e com o poder de encerrar de vez as atividades de parte das empresas, desdobrando-se em alta nas demissões, queda na arrecadação e menor investimentos.
Encontra-se na zona de avaliação negativa o nível de investimento do empresariado local, que em meio a um cenário de marcha lenta também aloca recursos em âncoras financeiras e continuam evitando as produtivas, visto que o curto e médio prazo ainda não conseguiu se desenhar de maneira que incentive um menor comportamento conservador do setor produtivo.
Para o próximo mês, a Fecomércio espera uma confiança ainda com tendência de queda e abaixo de 100 pontos, refletindo a elevação do comportamento conservador de famílias e empresários mesmo com o anúncio de um plano de flexibilização do isolamento, visto que o que foi anunciado até agora mostra-se insuficiente para reverter as quedas das expectativas atuais.