Depois de ter pedido investigações ao Ministério Público Federal, ao TCU e a Controladoria Geral da União sobre a compra de 500 respiradores pulmonares pela Prefeitura do Recife, o ex-deputado federal e ex-ministro Mendonça Filho, do Democratas, um dos pré-candidatos a prefeito no Recife, também comentou a operação da PF na PCR, nesta quinta-feira.

Mendonça Filho afirmou que é crime contra a vida desviar recursos na aquisição de um item fundamental para salvar vidas. “Enquanto a Polícia Federal está na Prefeitura do Recife investigando essa fraude, pacientes sofrem na fila aguardando um leito de UTI.

Temos cerca de 200 leitos de UTI fechados por falta de respirador.

Quantos pacientes já morreram por causa disso?”, questionou. “O prefeito Geraldo Júlio que venha à público explicar esse processo nebuloso”.

Mendonça Filho frisou que denunciou o contrato com a Juvanete Barreto Freire nas suas redes sociais, na semana passada, e fez denúncia aos órgãos de controle e fiscalização.

Segundo ele, a compra despertou estranheza pelo perfil da empresa - capital social de R$ 50 mil, criada há sete meses e o comércio de produto veterinário como atividade principal. “E o gritante desencontro de informações nos sites da Prefeitura do Recife, como valores diferentes, contratos com páginas faltando.

No início era só isso.

Depois da nossa denúncia, descobrimos que os respiradores não tinham aval da Anvisa, não foram testados em humanos e estavam em fase experimental em porcos”, afirmou.

Após a apresentação de uma representação pelo MPCO, na semana passada, a prefeitura anunciou o cancelamento da compra dos respiradores. “Uma tentativa de fugir das investigações.

O parecer técnico da Prefeitura do Recife para encerrar em tempo recorde o contrato e justificar a devolução de 35 dos 500 equipamentos comprados é um escárnio.

A prefeitura admite que os equipamentos não tinham homologação da Anvisa, não foram testados em humanos e estavam encaixotados por serem mecânicos.

Isso é brincar com a vida das pessoas”, criticou.

Com o cancelamento da compra pela PCR, Mendonça apresentou um aditivo a sua denúncia junto aos órgãos de controle e fiscalização federal e estadual, questionando o fato de o cancelamento da compra de respiradores pulmonares ter sido feita em tempo recorde. “Em menos de 24 horas fizeram o destrato e a devolveram 35 ventiladores pulmonares ao representante da empresa no Recife”, relata no aditivo.

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