Fabiana Parajara, diretora daBITES, em informe ao blog O vídeo da reunião ministerial aprofundou ainda mais o vale que separa os acreditam no presidente Jair Bolsonaro dos defensores da narrativa que houve, sim, interferência na Polícia Federal.

Foi um momento de catarse para os aliados do presidente e de total incredulidade para quem é crítico do governo.

Na última sexta-feira, 22 de maio, houve um milhão de menções a hashtags favoráveis a Bolsonaro em redes sociais.

Foram publicadas por 180,3 mil usuários únicos (contas no Twitter).

No dia seguinte, mais 1 milhão de menções de 185 mil usuários e ontem, dia 24 de maio, 955,7 mil menções de 165 mil perfis.

Nesse cenário, considerar que a dispersão de apoio ao presidente na Internet ocorre apenas pelo uso de robôs no Twitter, é subestimar a existência de uma rede orgânica de apoio ao presidente e a dispersão em outras redes sociais, como Facebook e Instagram.

Desde 15 de março, apenas no dia 17 de abril, logo após a demissão de Luiz Henrique Mandetta, o presidente teve mais usuários únicos mobilizados a favor dele: 253,4 mil.

Em 22 de maio, as hashtags contrárias ao presidente foram 160,2 mil, publicadas por 79,3 mil em 22 de maio, número que caiu para 131,5 mil posts de 50,3 mil usuários no dia seguinte.

Ontem, dia 24, foram publicadas 226,7 mil posts com as tags contrárias, por 68,2 mil usuários.

Essa baixa adesão também se explica pela falta de um ponto de conexão no universo digital capaz de unir os diversos fluxos existentes e crescentes da oposição.

Fala-se muito contra o presidente, mas de maneira desestruturada e sem uma liderança que se transforme no símbolo antibolsonarista.

Cada governista publicou, em média, 6 posts pró-Bolsonaro no dia 22.

Entre os críticos, a média foi de 2 posts.

O movimento foi rapidamente captado e incorporado pelo governo na estratégia de defesa.

Os ataques do presidente ao Judiciário e à mídia subiram de tom nos perfis sociais do presidente.

O Legislativo está sob menor pressão, neste momento, diante da manobra de aproximação com o Centrão e com Rodrigo Maia.

Entre os ministros presentes na reunião, desde o dia 22, é importante ressaltar que os que se mantém com maior capacidade de movimentar as redes sociais são os bolsonaristas: General Augusto Heleno, Abraham Weintraub, Damares Alves e Ricardo Salles - na esteira do bom momento do presidente.